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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Livre-arbítrio: Afinal, temos ou não temos?


Nota:CFW = Confissão de Fé de Westminster
    
Neste estudo, iremos procurar entender a questão que envolve o termo “Livre-arbítrio”.
Trata-se de um tema que trouxe grande discussão durante alguns períodos da História. O entendimento diferente acerca deste tema, ou seja a defesa da existência de um “livre-arbítrio” ou a sua negação, tem divido pessoas até hoje.
Mas, afinal temos ou não temos livre-arbítrio? É isto mesmo que iremos verificar, não só analisando as posições teológicas acerca do assunto, mas, buscando luz da Bíblia para clarear nosso entendimento. Antes de mais nada precisamos definir o que seja esse tal “Livre-arbítrio”:
1. Livre-arbítrio 
“Livre-arbítrio”, tem sido definido, como a capacidade dada ao homem, por ocasião de sua criação, para escolher entre o bem e o mal, entre agradar a Deus ou desobedecê-Lo. Seria o “livre poder de eleger o bem ou o mal”.
Héber Carlos de Campos também a define como tendo sido a capacidade que o homem teve, “de escolher as coisas que combinavam com a sua natureza santa, mas que, mutavelmente, pudesse escolher aquilo que era contrário à sua natureza santa”.
Vejam que tais definições, estão de acordo com o que prescreve a nossa Confissão de Fé:
O homem em seu estado de inocência , tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa liberdade e poder.
É importante dizermos que quanto a definição, não existe dificuldade. O problema todo que envolve o tema, é se o homem hoje, depois da queda , possui ou não esse tal de livre-arbítrio.
Antes mesmo de entrar propriamente na discussão, se o homem ainda dispõe dessa capacidade, precisamos dizer algo acerca de uma faculdade natural e inalterada no homem, mesmo depois da queda, chamada de “livre agência” ou “capacidade de escolha”.
2. Livre Agência ou Capacidade de Escolha 
Existe no homem uma capacidade tal que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável. O homem sempre e em qualquer condição, faz as suas escolhas, de tal forma que ele é responsabilizado por elas. “Essa capacidade ou aptidão é um aspecto inalienável da natureza humana normal”. Ele é livre para escolher o que lhe agrada, de acordo com suas inclinações.
Sobre este aspecto da existência humana a CFW diz o seguinte:
Deus dotou a vontade do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza. Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.
Comentando acerca desta seção da CFW, A. A. Hodge diz o seguinte:
...que a alma humana, inclusive todos os seus instintos, idéias, juízos, emoções e tendências, tem o poder de decidir por si mesma; isto é, a alma decide em cada caso como geralmente lhe agrade.
O homem é livre para escolher, sendo que nada externamente pode forçar suas escolhas. Isto é essencial no homem, faz parte da sua criação a imagem e semelhança de Deus. “À parte dela, não pode haver qualquer responsabilidade, confiança ou planejamento. À parte dela, não pode haver educação, religião ou adoração. À parte dela, não pode haver qualquer arte, ciência ou cultura. A capacidade de escolher é uma condição sine qua non de toda a vida humana”.
A definição de Campos sobre este assunto é também esclarecedora:
Livre Agência, por outro lado, poderia ser definida como a capacidade que todos os seres racionais têm de agir espontaneamente, sem serem coagidos de fora, a caminharem para qualquer lado, fazendo o que querem e o que lhes agrada, sendo, contudo, levados a fazer aquilo que combina com a natureza deles.
Campos ainda falando sobre este aspecto, enfatizando a responsabilidade humana em suas escolhas diz:
É importante que o ser racional que ele aja sempre movido pelo seu ego. A responsabilidade dele sempre estará diretamente ligada à voluntariedade do seu ato. Todos os atos dele devem ser auto-inclinados e auto-determinados.
Portanto, para que haja responsabilidade, não é necessário que haja o poder de escolha contrária, mas sim, que haja o poder de auto-determinação, que a ação seja nascida nas inclinações do ser racional.
Pelo que ficou demonstrado, em qualquer época o homem é livre para agir conforme sua condição, sua natureza, ou seja, ele sempre faz o que quer conforme a sua inclinação.
3. A queda do homem: O que aconteceu ao livre-arbítrio? 
Como dissemos acima, na criação o homem recebeu a capacidade de fazer escolhas e possuía também a liberdade de fazer escolhas certas, ou seja podia escolher agradar a Deus, de tal forma que pudesse cair desse estado em que foi criado. O homem foi criado totalmente santo, integro, contudo podia escolher algo que fosse contrário a essa sua natureza. E foi isso o que aconteceu, ou seja, escolheu pecar. “No princípio, portanto, o homem não era um ser neutro, nem bom nem mau, mas um ser bom que era capaz de, com a ajuda de Deus, viver uma vida totalmente agradável a Deus”. Como dizia Agostinho, o homem tinha a “capacidade de não pecar” (posse non peccare).
Neste sentido, até antes de sua queda podemos dizer, o homem possuía o livre-arbítrio, contudo com a desobediência, ele perdeu tal capacidade, sendo que não mais consegue fazer escolhas certas, não consegue agradar a Deus. Suas escolhas serão sempre determinadas pelo estado em que caiu. Suas escolhas serão de acordo com a sua natureza.
É neste ponto que surgem então discussões, pois, diferente da posição Reformada Calvinista, os Arminianos irão afirmar que o homem ainda possui o livre-arbítrio. Ele pode sem a intervenção de Deus, em seu estado natural, fazer escolhas espirituais acertadas.
Para os arminianos a queda do homem, embora tenha trazido algum prejuízo não afetou totalmente o homem, sendo que, continua em seu estado natural a ter habilidades para escolher a salvação, para escolher agradar a Deus. Desta forma, a depravação não foi total.
Vejam mais detalhadamente a posição dos arminianos quanto a depravação do homem:
Embora a natureza humana tenha sido seriamente afetada pela queda, o homem não ficou reduzido a um estado de incapacidade total. Deus, graciosamente, capacita todo e qualquer pecador a arrepender-se e crer, mas o faz sem interferir na liberdade do homem. Todo pecador possui uma vontade livre (livre arbítrio), e seu destino eterno depende do modo como ele usa esse livre arbítrio. A liberdade do homem consiste em sua habilidade de escolher entre o bem e o mal, em assuntos espirituais. Sua vontade não está escravizada pela sua natureza pecaminosa.. O pecador tem o poder de cooperar com o Espírito de Deus e ser regenerado ou resistir à graça de Deus e perecer. O pecador perdido precisa da assistência do Espírito, mas não precisa ser regenerado pelo Espírito antes de poder crer, pois a fé é um ato deliberado do homem e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador a Deus, é a contribuição do homem para a salvação.
O ensino arminiano segue o raciocínio de Pelágio, com diferença apenas no fato de que este, dizia que a queda não afetou em nada a humanidade, de tal forma que “o homem continua nascendo na mesma condição em que Adão estava antes da queda. Esta isento não só de culpa, como também de polução.” Por isso, os arminianos são considerados semi-pelagianos, pois pensam que o homem depois da queda tenha capacidade para fazer escolhas certas.
Os reformados calvinistas, em contra partida, afirmam que a queda incapacitou totalmente o homem, afetando todas as suas faculdades. O homem após a queda perdeu tal liberdade, sendo agora escravo do pecado, morto espiritualmente.
Vejam mais detalhadamente o pensamento calvinista sobre a depravação total
Devido à queda, o homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por isso ele não irá - e não poderá jamais - escolher o bem e não o mal em assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.
Os calvinistas neste sentido, seguem os ensinos de Agostinho, que por sua vez combateu os ensinamentos de Pelágio. Agostinho ensinou que quando os seres humanos “pecaram, embora não perdessem a sua capacidade de fazer escolhas, perderam a sua capacidade de servir a Deus sem o pecado – em outras palavras, a sua verdadeira liberdade. O homem tornou-se, então, um escarvo do pecado; ele passou ao estado de ‘não ser capaz de não pecar’ (non posse non peccare).”
A CFW afirma o seguinte acerca disso:
O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso. Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.
Calvino também disse o seguinte acerca desta situação do homem:
As Escrituras atestam que o homem é escravo do pecado; o que significa que seu espírito é tão estranho à justiça de Deus que não concebe, deseja, nem empreende coisa alguma que não seja má, perversa, iníqua e impura; pois o coração, completamente cheio do veneno do pecado, não pode produzir senão os frutos do pecado.
O homem, após a queda não possui mais o livre-arbítrio, não pode mais escolher algo que é contrário a sua natureza pecaminosa. Ele está morto, cego, é escravo do pecado.
Esta doutrina defendida pelos calvinistas, pelos reformados, que por sua vez é negada pelos arminianos, não se trata apenas de uma posição teológica diferente, e sim de afirmação bíblica. Nega-la é o mesmo que renunciar a Palavra de Deus neste assunto.
São inúmeros os textos que afirmam tal verdade, falando que o homem está incapacitado totalmente de atender ao convite de salvação, de atender as exigências divinas. Isto acontece por seu próprio pecado, por sua própria inclinação e desejo. À parte da graça de Deus o homem, por sua própria iniciativa não pode salvar-se, ou escolher isto.
Vejamos textos que servem de base para a doutrina calvinista:
1. O homem está morto, incapaz de qualquer bem, precisando da intervenção divina: Jr 13.23; Ef. 2.1-10; Rm 3.9-18, 23; Cl 2.13; Tt 3.3-5.
2. O homem não consegue ir até Jesus, senão com a ajuda somente de Deus: Jo 6.44, 65; Rm 9.16.
3. O homem precisa nascer de novo, contudo, isto só aconteça através da atuação do Espírito Santo, que age soberanamente: Jo 3.1-15.
4. O homem não pode compreender as coisas espirituais, senão pelo Espírito: I Co 2.14-16.
5. A Bíblia declara que o homem está cego, é escarvo do pecado. Não pode fazer outra coisa senão pecar, a não ser que Deus mude seu estado: Ef. 4.18; Jo 8.31-36; Jo 9.35-41; Rm 6.15-23; 2 Tm 2.26.
6. O homem não pode apresentar um fruto diferente daquilo que ele é: Mt 7.16-18; Tg 1.16-18.
Percebam que, afirmar que o homem tem o livre-arbítrio, é o mesmo que ignorar tais textos da Bíblia.
É importante enfatizar que, o homem mesmo neste estado, continua ser um agente livre, ou seja, ele exerce “a livre agência”. Isto quer dizer que continua a fazer as suas escolhas, contudo, não escolhe nada que seja contrário a sua natureza pecaminosa (Jo 5.40; Tg 1.14; Mt 17.12; At 7.51; Ef 2.3). O homem nunca é forçado a fazer algo que não deseja. Faz sempre aquilo que lhe traz prazer.
Sobre isto, diz Calvino:
Não pensemos, entretanto, que o homem peca como que impelido por uma necessidade incontrolável; pois peca com o consentimento de sua própria vontade continuamente e segundo sua inclinação. Mas, visto que, por causa da corrupção de seu coração, odeia profundamente a justiça de Deus; e, por outro lado, atrai para si toda sorte de maldade, por isso afirmamos que não tem o livre poder de eleger o bem ou o mal – que é o que chamamos livre-arbítrio.
Campos diz também o mesmo:
Originalmente, antes da queda, o homem teve tanto o livre arbítrio como a livre agência. Depois da queda o homem ficou somente com a livre agência, pois perdeu tanto o desejo quanto a capacidade de fazer o bem, isto é, o poder de agir contrariamente à sua natureza.
Assim, é o homem quem escolhe continuar no pecado, contudo, não tem capacidade, por causa do seu próprio pecado e maldade, para escolher coisa diferente a não ser que suas inclinações e vontade sejam transformadas por Deus, recebendo habilidade para escolher o que é bom e reto. Por isso o homem é sempre responsabilizado por seus atos, pois, sempre escolhe o que lhe agrada.
4. Na Redenção do Homem: O que acontece ao livre-arbítrio? 
Quando Deus em sua livre graça, resolvendo salvar o homem, age em seu coração, pela ação do Espirito lhe implanta vida, o que acontece é que o homem recebe habilidade para escolher o que é reto e bom. A Bíblia descreve este ato, como o da libertação de um escravo, dando-lhe liberdade para escolher o que é agradável a Deus, contudo, muito embora liberto, pode ainda inclinar-se para o pecado. O homem passa a desejar o que é bom. Isto não significa que não deseje o pecado, pois, ainda permanece nele a imperfeição.
Sobre isto diz a CFW:
Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção, ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom, mas também o que é mau. Ref. Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João 1:8, 10.
Estaria o homem regenerado na mesma condição de Adão antes da queda, ou seja, teria ele agora novamente o livre-arbítrio? Não, pois, não voltamos a ser como era Adão. Ele era perfeitamente reto, santo, e podia escolher algo que fosse contrário ao que era a sua natureza. O homem regenerado, recebe liberdade para escolher o que é bom, contudo, não tem o livre arbítrio, pois não escolhe algo contrário ao que ele é. Ou seja, quando escolhe o que é bom, faz isso de acordo com a sua nova natureza criada em Cristo e quando escolhe pecar, faz isso, conforme a sua natureza carnal. Esta é a luta que reside dentro do homem restaurado. Ele não pode dar lugar ao velho homem (Ef 4.17-24; Cl 3.1-11).
É importante ressaltar que, sendo regenerado o homem recebe habilidade, que antes não tinha, para escolher a Deus. Conforme Agostinho, o homem recebe a capacidade de não pecar (posse non peccare). Por isso, e somente assim, pode atender ao convite do Evangelho para a sua salvação. O homem na regeneração, continua a exercer a sua “livre agência”.
Vejam como a CFW, fala da condição que o homem para fazer escolhas espirituais, como um ser ativo:
Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça. Ref. João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14; IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef. 1:17-18; II Cor. 4:6; Ezeq. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23; João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.
Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada.
Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Ezeq. 36:27; João5:25.
É o homem que diz sim a Deus, que diz sim ao chamado do Evangelho, depois de Ter sido habilitado, libertado do pecado. O abrir do olhos, a nova criação, o nascer de novo, é obra da livre graça de Deus e se não for assim, ninguém poderá crer em Cristo. Se não recebermos a fé que vem do Senhor, nunca poderemos crer. Maravilhosa graça!
5. Na glorificação do Homem: Terá o livre-arbítrio? 
Quando formos glorificados, por ocasião da vinda de Cristo e completação de nossa salvação, teremos de volta o livre-arbítrio? Não, na glorificação, não voltaremos a ser como Adão, estaremos à frente dele, pois, ele quando criado não gozava de uma perfeição permanente, ou seja, podia cair de tal estado. Ele podia escolher algo contrário a sua natureza, contudo, se tivesse sido obediente poderia Ter alcançado a perfeição permanente. Os crente glorificados alcançarão o que Adão não pode alcançar. Teremos perfeita liberdade para servir a Deus. Continuaremos a ser agentes livres, pois, escolheremos o que estará de acordo com a nossa natureza perfeita. Nunca escolheremos pecar, pois, não haverá tal possibilidade, então, nunca mais teremos o livre-arbítrio.
Desta forma, como disse Agostinho, alcançaremos o estado “não posso pecar” (non posse peccare).
Diz a CFW:
É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para o bem só. Ref. Ef. 4:13; Judas, 24; I João 3:2.
Comentando a CFW, Hodge diz:
Quanto ao estado dos homens glorificados no céu, nossa Confissão ensina que continuam, como antes, agentes livres; contudo, os restos de suas velhas tendências morais corruptas, sendo extirpadas para sempre, e as graciosas disposições implantadas na regeneração, sendo aperfeiçoadas, e o homem todo, sendo conduzido à medida da estatura do varão perfeito, à semelhança da humanidade glorifica de Cristo, permanecem para sempre perfeitamente livres e imutavelmente dispostos à perfeita santidade. Adão era santo e instável. Os homens não regenerados são impuros e estáveis; isto é, são permanentes na impureza. Os homens regenerados possuem duas tendências morais opostas, digladiando-se pelo domínio em seus corações. São lançadas entre elas, contudo a tendência graciosamente implantada gradualmente por fim prevalece perfeitamente. Os homens glorificados são santos e estáveis. São todos livres e, portanto, responsáveis.
Portanto na glorificação, seremos para sempre livres, sem também o livre-arbítrio para sempre.
Conclusão:
Os reformados, os calvinistas crêem no livre-arbítrio, como tendo sido uma habilidade concedida a Adão e perdida na queda. Desde então o homem ficou desprovido de qualquer habilidade para fazer escolhas santas, agradáveis a Deus. Não lhe resta outro desejo senão o de pecar, conforme as inclinações de seu próprio coração, sendo assim, um agente livre e responsável.
Cremos que, nunca mais tal habilidade fará parte da existência humana. O fato de Deus nos libertar do pecado nos habilitando a fazer escolhas acertadas, não é o mesmo que dizer que temos o livre-arbítrio. As escolhas sempre estarão de acordo com a nossa natureza, ou naturezas.
Nem antes, nem depois, voltaremos a ser como era Adão. Na glorificação estaremos à frente dele, num estado em que o pecado não será possível.
Dizermos que existe um tal de livre-arbítrio, seria o mesmo que dizer que Deus não é soberano sobre a salvação do pecador, que Ele está sujeito ao querer do homem.
Se não fosse Deus, sua graça o que seria de nós, nunca escolheríamos a Ele.
Que o estudo acerca desse tema, possa-nos motivar a glorificar a Deus por causa da sua graça que, agindo em nós mudou nos inclinações e vontade, fazendo-nos querer, desejar, o que não queríamos nem desejávamos.
Sola Gratia! 
Soli Deo Gloria
Autor: Rev. Waldemar Alves da Silva Filho
Fonte: Portal IPB - http://www.ipb.org.br

O Livre-Arbítrio


O Livre-Arbítrio 
Dt 30.19,20; Jp 6.44,65; Jo 8.34-36; Jo 15.5; Rm 8.5-8; Tg 1.13-15
Neste exato momento você está lendo estas palavras porque você decidiu, por sua própria vontade, lê-las. Você pode protestar e dizer: "Não! Eu na decidi ler estas palavras. Fui incumbido de ler este livro. Realmente não quero lê-lo". Tal vez esse seja o caso. No entanto, você o está lendo. Pode ser que haja outras coisas que você preferia estar fazendo neste momento, mas de qualquer forma você decidiu lê-lo. Você decidiu lê-lo e, vez de decidir não lê-lo.
Não sei por que você esta lendo isto. Mas sei que você deve ter uma  razão para lê-lo. Se você não tivesse razão para lê-lo, simplesmente não teria decidido lê-lo.
Toda escolha que fazemos na vida, fazemos por alguma razão. Nossas decisões baseadas sobre o que parece bom para nós no momento, considerando-se todas as implicações. Fazemos algumas coisas movidos por intenso desejo. Fazemos outras sem termos consciência de nenhum desejo. Mesmo assim, o desejo está lá, ou então não escolheríamos fazer tais coisas. Essa é a própria essência do livre-arbítrio - escolher de acordo com nosso desejos.
Jonathan Edwards, em seu livro The Freedom of the Will [A Liberdade de Vontade], define a vontade como "o instrumento pelo qual a mente escolhe". Não há dúvida de que os seres humanos de fato fazem escolhas. Eu estou escolhendo escrever e você está escolhendo ler. Eu quero escrever e a escrita é  acionada. Quando a idéia de liberdade é acrescentada, entretanto, o assunto torna-se terrivelmente complicado. Temos de perguntar: liberdade para fazer o quê? Até mesmo o calvinista mais ardoroso não pode negar que a vontade é livre para escolher qualquer coisa que ela deseja. Até mesmo arminiano mais convicto concordaria qual a vontade não é livre para escolher aquilo que não deseja.
Com respeito à salvação, a questão é: o que o ser humano deseja? Os arminianos crêem que alguns desejam arrepender-se e ser salvos. Outros desejam fugir de Deus, e assim colher a condenação eterna. Por que pessoas diferentes têm desejos diferentes nunca foi esclarecido pelos arminianos. Os calvinistas sustentam qual todo ser humano deseja fugir da presença de Deus a menos e até o Espírito Santo opere a obra de regeneração, a qual muda nossos desejos, para que livremente nos arrependamos e sejamos salvos.
É importante notar que mesmo as pessoas não regeneradas nunca são forçadas contra sua vontade. Sua vontade é transformada sem sua permissão, mas são sempre livres para escolher conforme queiram. Assim, de fato somos livres para fazer segundo queremos. Não somos livres, contudo, para escolher ou selecionar nossa natureza. Ninguém pode declarar simplesmente: "De agora em diante vou desejar só o bem"; da mesma maneira que Cristo não poderia ter declarado: "De agora em diante vou desejar só o mal". É aquele que termina nossa liberdade.
A Queda deixou a vontade humana intacta no sentido em que ainda temos a faculdade de escolher. Nossa mente foi obscurecida pelo pecado e nossos desejos presos a impulsos ímpios. Mas ainda podemos pensar, escolher e agir. Mesmo assim, algo terrível nos aconteceu. Perdemos todo anseio por Deus. Os pensamentos e desejos de nossos corações são continuamente maus. A liberdade de nossa vontade tornou-se uma maldição. Visto que ainda podemos escolher segundo nossos desejos, escolhermos pecar e assim nos tornamos passíveis do juízo de Deus.
Agostinho disse que ainda temos livre-arbítrio, mas perdemos nossa liberdade. A liberdade real sobre a qual a Bíblia fala é a liberdade ou o poder de escolher Cristo como nosso. Entretanto, até que nosso coração seja mudado pelo Espírito Santo, não sentimos nenhum desejo por Cristo. Sem esse desejo, nunca o escolheremos. Deus tem de despertar nossa alma e nos dar uma aspiração por Cristo antes que sejamos inclinados a escolhê-lo.
Edwards disse que, como seres humanos caídos, retemos nossa liberdade natural (o poder de agir de acordo com nossos desejos), mas perdemos nossa liberdade moral. A liberdade moral inclui disposição, inclinação e desejo da alma em relação à justiça. Foi esta inclinação que se perdeu na Queda.
Toda escolha que faço é determinada por algo. Há uma razão para ela, um desejo por trás dela. Isso soa como determinismo? De maneira nenhuma! O determinismo ensina que nossa ações são completamente controlados por fatores que nos são externos, que nos obrigam a fazer o que não queremos. Isso é coerção e se opões à liberdade.
Como nossas escolhas podem ser determinadas, mas não coagidas? Porque são determinadas por algo interior - pelo que nós somos e pelo que  desejamos. São determinadas por nós mesmos. Isso é autodeterminação, que é a própria essência da liberdade.
Para escolhermos a Cristo, Deus tem de mudar nosso coração, e é precisamente isto que ele faz. Ele muda nosso coração por nós. Dá-nos aspiração por ele, que de outra maneira não teríamos. Então o escolhermos a partir do desejo que está dentro de nós. Nós o escolhemos livremente porque queremos escolhê-lo. Esta é a maravilha de sua graça.
Sumário
1. Toda escolha que fazemos e motivada.
2. Nós sempre escolhemos segundo nossa inclinação mais forte no momento em que fazemos a escolha.
3. A vontade é a faculdade de escolher.
4. Seres humanos caídos possuem livre-arbítrio, mas carecem de liberdade. Temos liberdade natural, mas não liberdade moral.
5. A liberdade é autodeterminação.
6. Na regeneração, Deus muda a disposição de nosso coração e implanta em nós o desejo por ele.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.

A Salvação



Ez 36.26,27; Sf 1; Jo 3.16,17; Rm 1.16-17; 1 Co 1.26-31; 1 Ts 1.6-10
Certa vez me defrontei com um jovem, na Filadélfia, que me perguntou: "Você está salvo?" Minha resposta foi: "Salvo do quê?" Mina pergunta pegou-o de  surpresa. Obviamente não tinha pensado muito profundamente sobre o significado da pergunta que estava fazendo às pessoas. Certamente eu não estava salvo das pessoas que me paravam na rua e me importunavam com a pergunta: "Você está salvo?"
A questão sobre estar salvo é  a suprema questão da Bíblia. O tema principal das Sagradas Escrituras é a salvação. Jesus, quando foi concebido no ventre de Maria, foi anunciado como o Salvador. Salvador e salvação caminham junto. O papel do Salvador é salvar.
Perguntamos novamente, salvos de quê? O significado bíblico de salvação é amplo e variado. Em sua forma mais simples, o verbo salvar significa "ser resgatado de uma situação perigosa ou ameaçadora". Quando Israel escapava das derrotas nas mãos de seus inimigos em batalhas, dizia-se que fora salvo. Quando as pessoas se recuperam de uma enfermidade grave, experimentam salvação. Quando a colheita é poupada das pragas e das secas, o resultados se chama salvação.
Usamos a palavra salvação de maneira semelhante. Dizendo que um boxeador foi "salvo pelo gongo" se o assalto termina antes que o juiz possa fazer a contagem que determina o nocaute. Salvação significa ser resgatado de alguma calamidade. Entretanto, a Bíblia também usa o termo salvação num sentido específico para referir-se à nossa redenção suprema do pecado e à nossa reconciliação com Deus. Neste sentido, somos salvos da pior de todas as calamidades - o juízo de Deus. A salvação suprema é concretizada por Cristo, o qual "nos livra da ira vindoura" (1 Ts 1.10).
A Bíblia anuncia claramente que haverá um dia de julgamento quando todos os seres humanos prestarão contas diante do tribunal de Deus. Para muitos, este "dia do Senhor" será um dia de trevas, sem luz alguma. Será o dia quando Deus derramará sua irá sobre o ímpio e impenitente. Será o holocausto supremo, a hora mais triste, a pior calamidade da história da humanidade. Salvação suprema significa ser poupado da ira divina que certamente virá sobre o mundo. Esta é a operação que Cristo realiza por seu povo como seu Salvador.
A Bíblia usa o termo salvação não só em muitos sentidos, mas também em muitos tempos verbais. O verbo salvar aparece em praticamente todos os tempos verbais possíveis da língua grega. Existe um sentido no qual nós fomos salvos (desde a fundação do mundo); estávamos sendo salvo (pela obra de Deus na História); somos salvos (por estarmos num estado justificado); estamos sendo salvos (sendo santificados ou sendo feitos santos); e seremos salvos (experiência da consumação da nossa redenção no céu). A Bíblia fala da salvação em termos de passado, presente e futuro.
Às vezes relacionamos a salvação presente em termos de justificação, a qual é presente. Ouras vezes vemos a justificação como um passo específico na ordem total ou plano da salvação.
Finalmente, é importante notar outro aspecto central no conceito bíblico de salvação. A salvação procede do Senhor. Salvação não é um empreendimento humano. Os seres humanos não podem salvar a si próprios.A salvação é uma obra divina; é concretizada e aplicada por Deus. A salvação pertence ao Senhor e provém do Senhor. É o Senhor quem nos salva da ira do Senhor.
Sumário
1.  O sentido geral de salvação é "ser regatado de uma situação ameaçadora".
2. A salvação suprema significa ser poupado da calamidade suprema da ira de Deus.
3. A Bíblia fala da salvação em vários tempos verbais, referindo-se à obra de redenção feita por Deus, no presente, no passado e no futuro.
4. A justificação ás vezes é usada como sinônimo de salvação; em outras ocasiões é vista como aspecto no esquema geral da salvação.
5. A salvação pertence ao Senhor e provém do Senhor.
Autor:  R. C. Sproul
Fonte: 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.

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