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sábado, 14 de abril de 2012

Jesus: o deserto e a tentação



 
Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido batizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que Ele teve em se preparar para a missão que O esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração e recolhimento, discernindo a vontade de Deus para Sua vida e como atuaria a partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda experiência de encontro com o Pai. E, tendo vivido intensamente esse encontro, foi tentado pelo diabo.




As tentações que Jesus viveu – e venceu! – nos são apresentadas como aquelas que também nós vivemos e precisamos vencer. Jesus havia experimentado o encontro com o Pai em sua totalidade, no silêncio e na solidão do deserto. Estava, pois, cheio do Espírito que Lhe revelava o amor incondicional do Pai e a dimensão inimaginável do poder desse amor se o vivermos em sua plenitude. É aqui que a natureza humana se revela em fragilidade: se pudermos ter um minuto que seja do poder do amor que existe em nós, o que faremos com esse poder que nos é dado?




O diabo tenta Jesus nas coisas simples, nas vontades mais básicas: a saciedade da fome, o desejo de poder e riqueza, no querer ser superior a tudo e a todos. Sentimentos que todos – homens e mulheres – carregamos em nossos corações. Sentimentos que não são ilícitos se canalizados para os seus devidos fins, mas cuja linha que separa o bom do mau fim é tão tênue que só a vida no Espírito é capaz de reconhecer e não nos deixar escapar.




Foi por ser plasmado no Espírito, configurado pelo Revelador, que Jesus pode resistir às tentações que o diabo lhe apresentou. Diabo que não é uma figura lendária,mas o desejo que existe dentro do nosso próprio coração e que existiu dentro do coração daquele que era Deus, mas que foi homem em plenitude. Porém, a divindade que existia em Jesus venceu a humanidade e conseguiu, assim, superar o Mal.




Da experiência no deserto certamente Jesus carregou consigo a certeza de que muito facilmente o Mal nos invade e estraga o que Deus planeja para cada um. A certeza de que Ele era apenas o Filho e não o Pai, e que, enquanto Filho, cabia-Lhe a missão de levar o amor do Pai a cada um de seus irmãos terrenos. A certeza de que a vivência no Espírito é a salvação para um mundo cuja oferta de valores diverge em muito daquilo que o Pai oferece. A certeza de que são necessários muitos outros desertos para que se possa tomar o distanciamento, para que se possa ver com os olhos da alma e os olhos de Deus, para que se possa sentir o calor do Espírito no coração, para, então, enfrentar a missão e poder ser testemunho vivo do Senhor.












Texto para sua oração: Lc 4, 1-13

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