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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ministério do Apóstolo Paulo



ÍNDICE
Conversão de Paulo
Primeira Viagem Missionária de Paulo
Escrita de Gálatas
Tema Central de Gálatas
Conteúdo Geral de Gálatas
Segunda Viagem Missionária de Paulo
Escrita de I e II Tessalonicenses
Conteúdo Geral de I e II Tessalonicenses
Terceira Viagem Missionária de Paulo
Escrita de I aos Coríntios
Escrita de II aos Coríntios
Escrita de Romanos
Conteúdo Geral de I Coríntios
Conteúdo Geral de II Coríntios
Conteúdo Geral de Romanos
Continuação da 3a Viagem Missionária (Retornando a Jerusalém)
Prisão de Paulo em Jerusalém e Cesaréia
Primeira Prisão de Paulo em Roma
Escrita de Efésios, Colossenses e Filemom
Escrita de Filipenses
Conteúdo Geral de Efésios e Colossenses
Conteúdo Geral de Filipenses
Período de Liberdade de Paulo entre suas Duas Prisões em Roma
Escrita de I Timóteo e Tito – 15
Segunda Prisão de Paulo em Roma – 15
Escrita de II Timóteo e Martírio de Paulo – 15
Conteúdo Geral das Pastorais – 15
DATA EVENTOS E COMENTÁRIOS
29 Início da pregação de João Batista
30-33 Ministério terreno de Jesus
33 Morte e ressurreição de Jesus
Pentecoste (At 2)
Início da pregação do evangelho em Jerusalém, Judéia e Samaria (At 8.1)
35-37 Conversão de Paulo no caminho de Damasco (At 9.1-19).
Paulo vai de Damasco para a Arábia (Gál 1.17) e retorna a Damasco onde prega nas sinagogas dos judeus (At 9.20), e decorridos três anos foi perseguido pelos judeus em Damasco, tendo fugido para Jerusalém (At 9.23-25), onde esteve com Pedro e Tiago (Gál 1.18,19). Tendo pregado em Jerusalém e tendo sofrido perseguição por parte dos judeus helenistas, foi para Cesaréia, de onde partiu para Tarso (At 9.28-30)
38 Antioquia da Síria é evangelizada e Barnabé foi buscar Paulo em Tarso para ministrar-lhes, e ensinaram o evangelho a eles durante um ano (At 11.23-26) porque tiveram que ir a Jerusalém levando uma oferta daquela igreja para os crentes da Judéia em razão da fome que veio sobre todo o mundo nos dias do imperador Cláudio (At 11.27-30). Cumprida a missão em Jerusalém, Paulo e Barnabé retornaram a Antioquia, trazendo consigo a João Marcos (At 12.25), e permaneceram ministrando em Antioquia até serem chamados pelo Espírito Santo para a evangelização do mundo gentio, cerca do ano 46.
46-47 PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 13.1 – 14.28)
Evangelização da Ilha de Chipre e Galácia (Perge, Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe). A Galácia era um distrito da Ásia Menor, assim como eram a Cilícia, o Ponto e Capadócia, a Leste; a Bitínia e a Mísia ao Norte, a Lídia e a Ásia a Noroeste, que compreendia as cidades relativas às sete cidades do Apocalipse, e entre estas a de Éfeso; a Frígia, a Lícia e a Panfília, ao Sul; e a Galácia, Licaônia e Panfília, ao Centro. Este território da Ásia Menor é ocupado atualmente pela Turquia.
João Marcos abandonou Paulo e Barnabé desde o início, depois de terem evangelizado Chipre (At 13.13), tendo voltado para Jerusalém, quando chegaram em Perge, na Panfília, que era uma cidade portuária. Em Antioquia da Psídia, Paulo procurou pregar o evangelho primeiro aos judeus em suas sinagogas (At 13.14) mas como estes se mostraram endurecidos e invejosos da conversão dos gentios, Paulo passou a intensificar sua ministração junto aos gentios (At 13.44-46). A Palavra do Senhor era pregada e “creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48,49). Perseguido pelos judeus Paulo partiu para Icônio.
Em Icônio creu uma multidão tanto de judeus, como de gregos, e o Senhor “confirmava a Palavra da sua graça, concedendo que por mão deles se fizessem sinais e prodígios” (At 14.3). Mas, perseguidos pelos judeus incrédulos, Paulo e Barnabé tiveram que fugir para Listra.
Em Listra, o Senhor curou pelas mãos de Paulo um paralítico de nascença (At 14.8-10), e judeus vindos de Antioquia da Psídia e Icônio instigaram as multidões para apedrejarem a Paulo, que foi dado como morto, mas rodeado pelos discípulos, levantou-se e partiu com Barnabé para Derbe (At 14.19,20) onde anunciou o evangelho e fez muitos discípulos, tendo retornado para Listra, Icônio e Antioquia, “fortalecendo as almas dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé: e mostrando que, através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” (At 14.21,22).
Depois de orar com jejuns, Paulo e Barnabé promoveram a eleição de presbíteros para cada igreja destas cidades da Galácia, (Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia), que haviam sido evangelizadas (At 14.23) e onde foram organizadas igrejas.
Perge, que tenha sido talvez apenas um ponto de escala para Antioquia da Psídia no início da 1a viagem de Paulo (At 13.14) foi evangelizada quando Paulo e Barnabé estavam retornando para a igreja de Antioquia da Síria (At 14.25) a igreja que os enviou, e à qual prestaram relatório de tudo que Deus fizera por meio deles (At 14.26-28). Encerrando-se assim a 1a viagem missionária de Paulo entre os gentios.
48 Paulo e Barnabé permaneceram em Antioquia provavelmente, por mais de um ano (At 14.28) depois do término da 1a viagem, até que se dirigiram para Jerusalém, juntamente com Tito (Gál 2.1-10), que era um crente gentio, porque alguns indivíduos que haviam descido da Judéia para Antioquia estavam ensinando que não podia haver salvação sem que se guardasse toda a lei de Moisés, inclusive, seus mandamentos civis e cerimoniais (At 15.1,5), e certamente estes judaizantes estavam também disseminando este ensino nas regiões recém-evangelizadas por Paulo na Galácia, tanto que este é o assunto principal da epístola que lhes dirigiu.
Os apóstolos e presbíteros da igreja de Jerusalém se reuniram juntamente com Paulo e Barnabé, para examinar a questão (At 15.4), mas como alguns crentes que eram da seita dos fariseus se insurgiram afirmando o ponto de vista judaizante, Pedro tomou a palavra e recordou a conversão do centurião romano Cornélio e sua casa (At 15), e que a salvação era pela graça tanto para judeus quanto para gentios, e que não se deveria colocar sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem eles nem seus antepassados puderam suportar (At 15.10,11), referindo-se a todos os mandamentos civis e cerimoniais da lei de Moisés, que foram revogados em Jesus com a instituição de uma Nova Aliança, para substituir a Antiga.
Tiago, irmão de Jesus, autor da epístola que leva o seu nome, e que era provavelmente o líder da igreja de Jerusalém, confirmou a palavra de Pedro e que se recomendasse tão somente aos gentios, quanto às prescrições da lei mosaica, que se abstivessem das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue (At 15.20,29). E o parecer foi aprovado por todos, tanto pelos apóstolos, quanto pelos presbíteros, quanto por toda a igreja (At 15.22). Um documento foi escrito onde se destacava que aqueles que haviam saído da igreja de Jerusalém disseminando tal falso ensino, o fizeram sem qualquer autorização dos apóstolos e presbíteros da igreja de Jerusalém (At 15.24). Paulo retornaria a Antioquia com Barnabé, e também com Judas e Silas, que eram notáveis entre os irmãos na igreja de Jerusalém, para confirmarem o teor do documento dirigido às igrejas de Antioquia, da Síria e Cilícia (At 15.22,23). Os apóstolos e presbíteros não são menos autoridade para o povo de Deus do que as autoridades civis instituídas pelo próprio Deus. E o mesmo princípio prevalece tanto num quanto noutro caso: “Aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.” (Rom 13.2). Os judaizantes agiram por conta própria fora da esfera da autoridade dos apóstolos e presbíteros a que estavam sujeitados por Deus, e foram no mínimo, envergonhados, no Concílio de Jerusalém.
49 ESCRITA DE GÁLATAS
Dirigida às igrejas da Galácia (Antioquia da Psídia, Derbe, Listra, Icônio, Perge).
Não temos como determinar a data da escrita da epístola aos Gálatas a não ser pelo teor do assunto e particularmente pelo combate ao erro dos judaizantes, que foi o tema de discussão no Concílio de Jerusalém, havido quatorze anos depois da conversão de Paulo (Gál 2.1-10), e do fato de Paulo afirmar que os gálatas estavam “passando tão depressa” daquele que os havia chamado na graça de Cristo, para outro evangelho (Gál 1.6), a saber o falso evangelho dos judaizantes. Entretanto, não se pode mensurar em meses ou anos este “tão depressa”. Mas, considerando que a Galácia foi ganha para Cristo na 1a viagem missionária de Paulo, que durou provavelmente dois anos (46, 47 d.C.), e se considerarmos que a escrita de Gálatas provavelmente se deu em 49 d.C., estando Paulo em Antioquia, depois de ter retornado do Concilio de Jerusalém, temos um espaço de apenas dois a três anos, e o fato de aquela igreja, inclusive seus presbíteros serem neófitos, seria um fator contribuinte para que se deixassem levar pelo argumento dos judaizantes, por conta de sua inexperiência no evangelho. Isto pode ter influenciado Paulo para retirar daí lições importantes quanto a não ser conveniente nomear presbíteros com tão pouco tempo de convertidos, razão provável de chamar os líderes de Tessalônica, não de presbíteros, mas de “os que vos presidem no Senhor” (I Tes 5.12). E que viriam a receber o nome de presbíteros depois de serem experimentados e terem provado estarem à altura das qualificações exigidas para a função. Este critério passou a ser usado também para a ordenação dos diáconos (I Tim 3.6,10), e passaria a ser a norma a ser usada em toda a igreja de Cristo. Vale lembrar que Tessalônica foi evangelizada depois da 1a viagem missionária e do Concílio de Jerusalém. E que as duas epístolas que Paulo dirigiu à citada igreja, também foram escritas para uma igreja muito jovem na fé, que havia sido fundada por Ele recentemente. Já na epístola dirigida aos Filipenses, que foi provavelmente escrita dez anos depois de Paulo ter fundado aquela igreja, se faz menção a presbíteros e a diáconos, em razão do tempo decorrido, e da aplicação do critério de ocuparem tais cargos somente os irmãos maduros na fé, e que atendessem às qualificações que são apresentadas nas epístolas pastorais, particularmente em I Timóteo e Tito.
TEMA CENTRAL DE GÁLATAS: O tema central desta epístola é o mesmo com o qual tiveram que se defrontar os reformistas contra o ritualismo e o formalismo religioso do catolicismo romano que era o elemento predominante no cristianismo ao tempo da Reforma. Este ritualismo e formalismo tinham o mesmo caráter do judaísmo que fora combatido por Paulo em seus dias, pois coloca a ênfase da justificação do pecador na prática das obras e não na graça que atua pela fé. O trabalho de Paulo em Gálatas foi o mesmo de Lutero e dos demais reformistas em seus dias, pois trataram de colocar a doutrina da justificação pela graça mediante a fé, no devido e exclusivo lugar que lhe cabe na salvação do pecador, porque pelas obras da lei ninguém será justificado diante de Deus. As obras fazem parte da santificação, mas não da justificação e da regeneração, que são somente pela graça e mediante a fé na pessoa de Jesus Cristo, que pagou o preço inteiro para a nossa redenção com a Sua morte na cruz.
Cabe destacar que os erros predominantes contra os quais os ensinos das epístolas foram especialmente dirigidos foram:
1 – O ritualismo proveniente do judaísmo
2 – A filosofia racionalista
3 – O misticismo das chamadas religiões de mistérios
4 – O formalismo na religião
O ritualismo proveniente do judaísmo (1) é combatido particularmente na epístola aos Gálatas, mas é combatido não somente na maior parte das epístolas, como também nos evangelhos e no livro de Atos.
A filosofia racionalista (2), juntamente com o misticismo das religiões de mistérios (3), veio a produzir o gnosticismo, que baseia a salvação não na graça e na fé em Cristo, mas no conhecimento elevado da sabedoria mística que é, segundo eles, concedido a uns poucos iluminados. A chamada Nova Era dos nossos dias, é uma das formas de gnosticismo. O movimento é antiqüíssimo e amorfo, pois que repousa nas diversas correntes de pensamento e na imaginação humanos de seus adeptos. Por isso não convém tentar identificar e atacar o movimento, mas sim as suas afirmações e conseqüências. Do mesmo modo que fizeram os apóstolos na igreja primitiva.
O formalismo na religião (4) era um erro que prevalecia em todas as seitas tanto judaicas, quanto gentílicas, que era uma tendência para separar a religião da vida prática. O princípio disto se revelava da seguinte maneira: 1 – ritualismo sem espiritualidade; 2 – conhecimento sem prática; 3 – justificação pela fé sem a santidade.
As epístolas combatem todos esses erros. O cristianismo em todas as épocas é atacado por estes mesmos erros, que assumem novos rótulos ou roupagens, mas o princípio operante é sempre o mesmo de negar a verdade do evangelho e a sua prática.
“O conhecimento destes erros dá-nos esclarecimentos sobre a natureza humana, mostra a necessidade duma revelação, e de humildade para estudá-la, e dá clareza e força ao ensino da Bíblia.” – Joseph Angus – História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.
O mesmo Joseph Angus, na mesma obra, cita que: “Se, na verdade, a tendência judaizante fazia grande mal à igreja, não era menor o mal produzido pelo espírito da filosofia profana, que se tornava mais perigosa para o cristianismo do que a própria perseguição. Este espírito de erro apareceu sob diversas formas, mas a sua essência era na maior parte um racionalismo soberbo (*), que ou recusava receber como verdadeira qualquer doutrina que não correspondesse a um sistema já formado, ou procurava integrar na sua própria filosofia quaisquer princípios recebidos. Os gregos procuravam sabedoria. Esta tendência revelou-se em várias seitas gnósticas que surgiram na igreja. O termo gnóstico era vagamente aplicado, porque incluía sectários de vários pontos de vista diferentes. Este gnosticismo é especialmente combatido na epístola aos Colossenses.”.
(*) Com este mesmo racionalismo soberbo, tiveram que tratar os reformistas, e posteriormente esta tendência do espírito racionalista de substituir a revelação da verdade divina, por teorias e preceitos de homens, onde o próprio homem é colocado como o centro gravitacional em torno do qual, segundo eles, giram todas as coisas, e não Deus, como é na verdade. Foi com esta mesma tendência e este mesmo espírito que os apóstolos e a igreja primitiva tiveram que lutar, para a manutenção da verdade em face do ensino de homens e de demônios. Para este principal propósito é que foram escritas as epístolas do Novo Testamento, isto é, para a afirmação da verdade revelada.
CONTEÚDO GERAL DE GÁLATAS: De fato, em face da urgência de se combater o ensino dos judaizantes sobre a justificação pelas obras sem a fé, a ênfase de Gálatas recai sobre a afirmação da doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, sem as obras. Tal qual fizeram os reformistas em seus dias que não deram tanta ênfase à santificação, que inclui as boas obras, pois que somos salvos para as boas obras, em face do combate ao erro principal que estavam atacando em seus dias, que era a falsa promessa de alguém obter a salvação pela prática das obras da lei. Um autêntico eleito, alguém que nasceu de novo (regenerado), por ter sido justificado pela fé em Cristo, já obteve a salvação, e deve agora perseverar pela mesma graça e fé, na prática das boas obras, não para a obtenção da vida eterna, porque esta já foi obtida no momento mesmo da sua regeneração pelo Espírito. Daí o argumento de Gál 3.1-5, de que os gálatas desenvolvessem a sua salvação, mediante crescimento espiritual no conhecimento da graça e de Jesus Cristo, pelo mesmo Espírito que os havia regenerado segundo a fé na Palavra de Deus que lhes havia sido pregada. A graça não é derramada por Deus como conseqüência do mérito do homem, mas sempre pelos méritos de Cristo. O novo nascimento do Espírito e os milagres não são portanto o resultado das nossas boas obras, mas da fé na Palavra de Deus que era pregada pelos apóstolos (3.5). As bênçãos de Deus são sempre o resultado da Sua soberana vontade e dos méritos de Cristo, e do favor imerecido que dEle recebemos pela sua graça, e nunca pelas nossas boas obras, ainda que estas sejam necessárias para que nos mantenhamos unidos ao Senhor, pela obediência prática aos seus mandamentos, o que se consegue por um caminhar no Espírito. No entanto, o crente foi libertado da condenação da lei, e do cumprimento dos mandamentos civis e cerimoniais da lei de Moisés, por meio da obra de redenção de Jesus Cristo, que se fez maldição no nosso lugar, para que os salvos fossem resgatados da maldição da lei (5.1-12). Entretanto esta liberdade não deve, de modo nenhum, servir de pretexto para se viver no pecado, segundo os desejos da carne (5.13). Os crentes não devem satisfazer os desejos da carne, mediante um andar no Espírito, de modo que tenham o fruto do Espírito, em vez das obras da carne em suas vidas (5.16-26). Reforçando o argumento de não se usar a liberdade obtida em Cristo para se dar ocasião à carne, Paulo prossegue no cap 6 exortando todos à prática do bem, mediante a Palavra de Deus.
Quando Paulo argumenta nesta epístola contra a lei, não está se referindo ao fato de que o crente está sem lei diante de Deus, nem contra os mandamentos morais da lei, mas ao fato de que em Cristo, o crente não está mais obrigado ao cumprimento dos mandamentos civis e cerimoniais da lei, conforme afirmavam os judaizantes, e nem mesmo dos mandamentos morais para a sua justificação e regeneração, porque ambas não são obtidas pela nossa própria justiça, nem por nossa obediência aos próprios mandamentos morais, mas simplesmente pela graça, mediante a fé no Salvador. Sem que isto signifique, como já dissemos antes, um incentivo para que se viva na carne, porque somos salvos para vivermos em santidade de vida, e isto inclui obediência aos mandamentos morais da lei.
49-51 SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 15.36-18.22)
Estando em Antioquia da Síria “ensinando e pregando com muitos outros, a palavra do Senhor (At 15.35), Paulo disse a Barnabé que deveriam visitar os irmãos por todas as cidades em que haviam anunciado a palavra do Senhor, para ver como passavam (15.36), mas como Barnabé queria levar com ele a João Marcos, Paulo não achava justo levá-lo com eles porque os havia deixado desde Perge na Panfília (15.38), não os acompanhando no trabalho. Eles se desentenderam e Barnabé foi para Chipre com João Marcos, e Paulo, tomando a Silas partiu em direção à Galácia, indo desta vez por terra, passando pela Síria e Cilícia, onde ficava sua cidade natal de Tarso, confirmando as igrejas (15.39-41). Observe que a ênfase do ministério de evangelização estava na pregação e ensino da Palavra do Senhor, assim como ocorre em todo o livro de Atos, e não na simples realização de sinais e prodígios, como tem sido enfatizado ultimamente em muitas igrejas. O Senhor confirmava a verdade da palavra que era pregada e ensinada com a realização de sinais e prodígios. Estes últimos não eram e nunca foram um fim em si mesmos, porque a vontade do Senhor é que se conheça e se pratique a Sua Palavra, aplicando-a à vida, daí a necessidade de ser pregada e ensinada, especialmente para produzir a conversão de almas. A palavra é a semente que produz regeneração pelo poder do Espírito (I Pe 1.22,23), porque ela é a verdade que salva, e que também santifica, porque o Senhor pediu ao Pai que nos santificasse com a verdade, e que a verdade é a Sua Palavra, e do mesmo modo a adoração é pela prática da Palavra, porque esta deve ser em espírito e em verdade, e sabemos que a única verdade que é usada para a salvação, santificação de vidas, e para a adoração, é a verdade da Sua Palavra, que é viva e dura para sempre. Era portanto para pregar e ensinar esta Palavra que Paulo saía em seus projetos missionários.
Tendo saído de Tarso, Paulo chegou a Derbe, que era a cidade mais próxima da seqüência das visitadas na primeira viagem, que rumo a noroeste, encontravam-se na seguinte ordem: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Psídia. Foi no início da segunda viagem que Paulo conheceu a Timóteo como um discípulo da primeira viagem. Ele deveria ser o fruto do trabalho dos que haviam sido alcançados para o evangelho na primeira viagem de Paulo. Como tinha bom testemunho dos irmãos de Listra e Icônio, Paulo quis que ele passasse a acompanhá-lo, e circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares (At 16.1-3). Observe que não era o fato de um crente se circuncidar que fazia com que decaísse da graça, conforme se poderia supor da citação do próprio Paulo em Gál 5.2-4. A condição citada em Gálatas era contra aqueles que estavam procurando se justificar pela lei (o que é impossível) e não pela fé. E muitos pensavam que o simples ato de se circuncidar era suficiente para a salvação. Quem não foi justificado pela fé, e que procurava a justificação pelo ato da circuncisão estava crendo numa grande ilusão, e para estes, Cristo de nada aproveitaria, mas, tal não era certamente o caso de Timóteo, cuja confiança para a justificação havia sido depositada inteiramente em Cristo. Como sua mãe era judia, mas o pai era grego, para evitar que fosse acusado falsamente de estar descumprindo e agindo contra a lei de Moisés, Paulo circuncidou-o para evitar confrontações desnecessárias com os judeus.
As decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros no Concílio de Jerusalém foram também entregues por Paulo e Silas, nas cidades da Galácia, de modo que cumprissem tais decisões. Além do aspecto importante da obediência das ovelhas aos presbíteros que as dirigem e que são constituídos sobre o rebanho pelo Espírito Santo, conforme é da vontade de Deus, há que se considerar também que este é um forte argumento de que a epístola aos Gálatas foi provavelmente dirigida aos crentes desta região, porque com as decisões da própria igreja da circuncisão em Jerusalém, era colocada uma pá de cal sobre o argumento dos judaizantes de que era necessário cumprir toda a lei de Moisés para se conseguir a salvação. E o resultado imediato desta obediência e redirecionamento da igreja à verdade do evangelho, foi que as igrejas foram fortalecidas na fé, e aumentavam em número dia a dia (At 16.5), porque Deus honra a Sua Palavra e chama os eleitos à salvação pela palavra do evangelho, e não por nenhuma outra palavra que seja contrária à mesma. Pregue e ensine a doutrina apostólica, e serão obtidos resultados apostólicos.
Paulo e Silas foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, que ficava ao sul da Mísia e Bitínia, para onde também foram impedidos de ir pelo Espírito Santo, e assim foram para Trôade, uma cidade portuária, no extremo do noroeste da Ásia Menor, junto ao Mar Egeu, e fronteiriça, na margem oposta, ao Norte e ao Oeste, à Macedônia e à Grécia, respectivamente. Provavelmente, foi nesta cidade de Trôade que Lucas se juntou ao grupo de Paulo, porque tendo escrito o livro de Atos, a narrativa passa a ser introduzida na primeira pessoa do plural, indicando que Lucas se incluía no grupo de missionários. A primeira ocorrência está em At 16.10, depois que Paulo teve a visão do varão da Macedônia que rogava pedindo que atravessasse o mar e fosse para a Macedônia ajudá-los, e Lucas registra que assim que Paulo teve a visão, imediatamente “procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho.”. Observe o uso da primeira pessoa do plural: “procuramos”, “nos havia chamado”.
Com apenas um dia de viagem por Mar, saíram de Trôade chegando à cidade portuária de Neápolis, da Trácia, e obedecendo à visão divina, partiram para Filipos, a primeira cidade da Macedônia, tendo permanecido alguns dias na cidade. No sábado saíram da cidade e foram para junto do rio, à procura de um lugar para orar, e ali encontraram um grupo de mulheres, e entre estas estava Lídia, a quem Paulo evangelizou, tendo sido batizada ela e toda a sua casa. Tendo constrangido a Paulo e ao seu grupo a permanecerem na sua casa (At 16.11-15). Quando rumavam noutro dia para o lugar de oração junto ao rio, encontraram-se com uma jovem possessa de espírito advinhador que dizia que Paulo e seus companheiros eram servos do Deus Altíssimo e anunciavam o caminho da salvação. E isto se repetia por muitos dias (At 16.16,17). Ora, Satanás estava ajudando na pregação do evangelho ? Certamente que não. Ele nunca o fará. Seu estratagema era gerar confusão nas mentes de modo que as pessoas julgassem que tanto o que a jovem fazia quanto Paulo e seus cooperadores procedia do mesmo Deus. Por isso Paulo expulsou o espírito da jovem. Aqueles que a exploravam vendo fugir a esperança do lucro, pegaram Paulo e Silas e os arrastaram à presença das autoridades, acusando-os de estarem perturbando a cidade por estarem propagando costumes judeus para eles que eram romanos. Como a multidão aderiu a eles, os pretores mandaram rasgar-lhes as vestes e açoitá-los com varas, e os lançaram na prisão. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores, e os demais companheiros de prisão escutavam. Um terremoto sacudiu os alicerces da prisão e se abriram todas as portas e se soltaram as cadeias de todos. O carcereiro ia suicidar-se pensando que todos tivessem fugido, mas foi impedido por um brado de Paulo, dizendo que todos ali se encontravam. O carcereiro perguntou o que deveria fazer para que fosse salvo. Paulo e Silas lhe disseram simplesmente que deveria crer no Senhor Jesus, e que ele seria salvo, assim como a sua casa. E pregaram a Palavra ao carcereiro e aos da sua casa, e naquela mesma hora da noite, cuidou de Paulo e Silas lavando-lhes os vergões dos açoites, e a seguir foi batizado e todos os seus. E num ato de ousadia, levou-os para a sua própria casa e lhes pôs a mesa e com todos os seus manifestavam grande alegria por terem crido em Deus (At 16.19-26). Era assim que estava começando a igreja em Filipos. Com Lídia e as mulheres que iam orar junto ao rio, e com a família do carcereiro da cidade, e possivelmente com alguns dos presos que estavam na prisão e que ouviram a Paulo e Silas orar e louvar a Deus, e sobre os quais veio o temor do Senhor, pois não fugiram quando tiveram oportunidade de fazê-lo.
Tendo sido libertados pelos pretores, estes pediram a Paulo e a seus cooperadores que deixassem a cidade, e eles foram para Tessalônica, passando antes por Anfípolis e Apolônia (At 17.1), onde não fundaram qualquer igreja, nem o livro de Atos relata qualquer atividade evangelizadora realizada na ocasião, nestas duas cidades. Paulo como de costume, procurava sempre evangelizar primeiro os judeus, e por isso foi procurá-los, e por três sábados arrazoava com eles, acerca das Escrituras, tendo alguns sido persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas mulheres distintas (At 17.1-3). Deste ponto em diante da narrativa, não se usa mais a primeira pessoa do plural, sendo provável que Lucas tivesse ficado em Filipos cuidando da igreja que estava se formando. Em At 17.1 se lê: “chegaram a Tessalônica”, e não “chegamos a Tessalônica”.
Os judeus, tomados de inveja, pelos que haviam recebido e aceito a Palavra pregada por Paulo, alvoroçaram a cidade e foram à casa de Jasom onde Paulo e seus cooperadores estavam hospedados, mas não os tendo encontrado, pegaram o próprio Jasom e o conduziram à presença das autoridades. Mas estas soltaram a Jasom depois de lhe terem cobrado a fiança estipulada (At 17.4-9), e à noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Observe que o tempo de permanência de Paulo com os crentes de Tessalônica foi bastante curto. E o mesmo se daria também com Beréia, porque os judeus de Tessalônica vieram perseguir a Paulo ali, e ele teve que fugir para a Grécia, chegando na cidade de Atenas. Mas Silas e Timóteo permaneceram em Beréia, e dali deveriam dar assistência à igreja recém-formada em Tessalônica que ficava bem próxima de Beréia, mas receberam ordem de Paulo que fosse ter o mais depressa possível com ele em Atenas (At 17.10-15).
Paulo não se demorou em Atenas, tendo pregado no Areópago, tendo alguns crido (At 17.34). Dali partiu para Corinto, outra cidade da Grécia, onde passou a residir na casa de Áquila e Priscila, que tinham a mesma profissão de Paulo, de fazer tendas. E Paulo passou a pregar todos os sábados na sinagoga, tanto a judeus como a gregos (At 18.1-4). Silas e Timóteo vindos da Macedônia, se reuniram a Paulo em Corinto, e Paulo se entregou totalmente à Palavra (At 18.5), e como os judeus rejeitavam a Cristo, conforme fora predito o seu endurecimento pelo profeta Isaías, Paulo devotava-se aos gentios, e muitos dos coríntios criam e eram batizados, foi quando o Senhor apareceu durante a noite numa visão a Paulo ordenando que falasse e não se calasse porque era com ele e ninguém ousaria fazer-lhe mal, pois tinha muito povo na cidade de Corinto (At 18.6-10). Ora o que isso significa, senão uma clara indicação do conhecimento do Senhor daqueles que são os eleitos. Em obediência à ordem do Senhor Paulo permaneceu um ano e seis meses ensinando o quê entre eles ? A Palavra de Deus (At 18.11). É para se indagar a quem pensam estar servindo aqueles que querem suprimir o ensino da Palavra de Deus nas igrejas, especialmente na Escola Bíblica Dominical ? A pretexto de que importante mesmo é poder e não meramente palavras. Mas que poder é este que não é baseado na Palavra de Deus ? Porque a Bíblia afirma que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rom 1.16). E que a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo (Rom 10.17).
Paulo foi colocado na defesa do evangelho, e a corajosa pregação e ensino da verdade sempre haverá de produzir resistências e perseguições por parte do mundo espiritual. Satanás se levantará contra isto e usará os seus instrumentos para tentar deter o avanço do evangelho, porque isto representa a glorificação do nome de Deus na salvação de vidas e no testemunho de vidas santificadas pela Palavra. Por isso ele sempre tenta deter os arautos da verdade ou deturpar a mensagem para que o nome do Senhor seja desonrado e o testemunho do crente seja desacreditado. Desta forma, nem mesmo em Corinto, Paulo foi poupado da perseguição dos judeus, que o acusaram injustamente de estar persuadindo os homens a adorarem a Deus por modo contrário à lei. Mas o procônsul romano Gálio não deu atenção a tais acusações (At 18.12-17). Depois deste episódio, Paulo ainda permaneceu muitos dias em Corinto, mas decidiu retornar para Antioquia da Síria, levando consigo a Priscila e Áquila, depois de ter rapado a cabeça em Cencréia porque tomara voto (At 18.18). Com isto vemos o cuidado de Paulo para viver como judeu entre os judeus para ganhar alguns para Cristo (I Cor 9.20). Ele sabia que em Cristo não estava mais sujeito aos mandamentos cerimoniais da lei de Moisés, mas para não ofender a consciência dos judeus incrédulos que intentava ganhar para Cristo, vivia entre eles como se ele ainda estivesse debaixo da lei, assim como fizeram muitos que dentre os judeus se convertiam à fé, como foi o caso do próprio Ananias (At 22.12). Retornando de Corinto por mar, fez escala em Éfeso, onde pregou numa sinagoga aos judeus, conforme era seu costume, mas não acedeu permanecer entre eles, conforme lhe haviam pedido, e sem chegar a evangelizar aquela cidade nesta sua 2a viagem, partiu para Cesaréia, de onde foi a Jerusalém, e tendo saudado aquela igreja, partiu para Antioquia, onde permaneceu por algum tempo até sair em sua 3a viagem (At 18.18-23).
50 ou 51 ESCRITA DE I e II TESSALONICENSES
Estas duas epístolas foram escritas no período final da 2a viagem de Paulo, quando se encontrava em Corinto, conforme acabamos de ver.
Tal é a importância da Palavra de Deus para a igreja, que as muitas dúvidas que os tessalonicenses tinham quanto ao modo que deveriam viver como crentes no mundo, já que não são do mundo, mas estão no mundo, como deveriam aguardar a volta do Senhor, dedicando-se a quais deveres, segundo a vontade de Deus, conforme as notícias que Timóteo (I Tes 3.6) trouxera daquela igreja a Paulo quando veio ter com ele em Corinto, juntamente com Silas (Silvano), foram respondidas não com conselhos pessoais e particulares de Paulo, mas com a verdade revelada a Ele por Deus, conforme ele mesmo destaca em I Tes 2.13. Tais deveres estão apresentados sinteticamente por Paulo em I Tes 5.12-22, e nas exortações diretas a que deveriam trabalhar com as próprias mãos esforçando-se para dar bom testemunho em todas as coisas, para que o nome do Senhor continuasse sendo honrado por eles (I Tes 4.1,2; II Tes 3.6-13).
A igreja de Tessalônica entendeu o Ide de Jesus e desde cedo se tornou uma igreja missionária, tendo enviado evangelistas por toda a Macedônia e para a própria Acaia, onde Paulo se encontrava por ocasião das duas epístolas que lhes dirigiu (I Tes 1.8). Provavelmente, a recepção da primeira epístola e as dúvidas que ainda foram suscitadas quanto à segunda vinda do Senhor, foram conduzidas por mãos destes evangelistas da própria igreja, assim como a segunda epístola dirigida àquela igreja. Pelo teor da segunda epístola, mais curta do que a primeira, e particularmente elucidativa de assuntos da primeira, tudo leva a crer que o tempo decorrido entre a escrita de ambas foi relativamente curto, tendo em vista a premência do endereçamento das respostas às dúvidas suscitadas em relação à primeira carta, e da notícia de que alguns estavam procedendo desordenadamente na igreja, não querendo trabalhar.
O crente é peregrino e forasteiro neste mundo. Ele é cidadão de uma pátria que não é deste mundo, mas do céu. Mas está no mundo, e é chamado por Deus a estar sujeito às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não tenha sido instituída por Deus, e assim deve também estar sujeito aos empregadores, servindo de coração não como a homens mas ao próprio Senhor, os filhos devem estar sujeitos a seus pais, e as mulheres a seus próprios maridos. Os jovens aos mais velhos. As ovelhas a seus pastores. Pois tudo isto foi ordenado pelo próprio Deus, para provarmos ao mundo que em Cristo fomos sarados do espírito de rebelião que operava em nós, e podemos viver em obediência ao Senhor, sujeitando-nos à Sua vontade, dando o bom testemunho diante de todos aqueles que Ele tem constituído sobre nós.
Este testemunho deve ser dado mesmo em meio a perseguições injustas assim como os tessalonicenses estavam sofrendo dos judeus e dos seus próprios patrícios (I Tes 1.6; 2.14; II Tes 1.3-10). O Senhor assiste com o Seu Espírito aos que sofrem por amor do Seu nome neste mundo e os recompensará no futuro (Mt 5.10-12), mas condenará ou castigará aqueles que praticam a injustiça (II Tes 1.6-9).
CONTEÚDO GERAL DE I E II TESSALONICENSES: Na saudação inicial de ambas as epístolas aparecem os nomes de Paulo, Silvano e Timóteo como sendo os seus remetentes. Silvano era a forma hebraica do nome grego Silas.
Paulo destaca que o evangelho pregado por ele, Silas e Timóteo aos tessalonicenses não consistiu somente em meras palavras, pois o poder de Deus, por meio do Espírito Santo, havia produzido salvação entre eles, confirmando que de fato eram eleitos de Deus (I Tes 1.4,5), e a palavra pregada foi confirmada pelo poder da graça de Deus operante em suas vidas, porque produziu neles o que a palavra afirmava, e que não era palavra de homens, mas revelada pelo próprio Deus, como a saber: alegria do Espírito Santo em meio de muita tribulação (I Tes 1.6); ousadia de fé para pregar o evangelho (I Tes 1.8); abandono dos ídolos para servir ao Deus vivo e verdadeiro (I Tes 1.9); livramento da ira vindoura e esperança da glória do porvir por meio de Jesus Cristo (I Tes 1.10); tudo isto está resumido em I Tes 1.3: operosidade da fé; abnegação do amor; e firmeza da esperança em Jesus Cristo.
Paulo cita o seu próprio exemplo pessoal de paciência na tribulação, durante a prova que havia sofrido em Filipos, e da sua abnegação em trabalhar incansavelmente em favor dos eleitos, não para agradar a homens, mas a Deus, e nunca com intuitos gananciosos e interesseiros, mas em tudo buscando a glória de Deus, abrindo mesmo mão do direito que todo pastor tem de ser suprido financeiramente pelas ovelhas, conforme o mandado de Deus, para dar-lhes um testemunho maior da sua abnegação e desinteresse, tal como uma mãe que ama os seus filhos, estando pronto não apenas para lhes oferecer o evangelho, mas a sua própria vida.
Até aqui vimos que as três primeiras epístolas, ou mesmo os primeiros documentos do Novo Testamento a serem escritos, foram a epístola aos Gálatas, escrita entre a 1a e 2a viagem de Paulo, em torno de 49 d.C., provavelmente de Antioquia da Síria, e as duas epístolas aos Tessalonicenses, que foram escritas durante a 2a viagem de Paulo, quando ele se encontrava em Corinto, em torno de 50 e 51 d.C.
52-56 TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (At 18.23-21.17)
Vimos também que Paulo encerrou a 2a viagem, tal como a 1a, em Antioquia da Síria, igreja em que congregava, e que dali partiu novamente por terra, fazendo o mesmo percurso inicial da 2a viagem, confirmando as igrejas de Tarso, Derbe, Listra, Icônio, Antioquia da Psídia. Um forte argumento para colocar por terra as insinuações da chamada alta crítica que procura negar a autoria não somente de Paulo, como dos demais autores da Bíblia, por falsas evidências que procuram levantar no texto biblico, é a citação de At 18.23 que marca o início da 3a viagem de Paulo, que afirma que o apóstolo atravessou sucessivamente a região da Galácia e Frígia, confirmando todos os discípulos. Ora, quais discípulos poderiam ter sido confirmados na região da Galácia, senão os das cidades que foram visitadas por Paulo em sua 1a e 2a viagens ? A saber, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia. Apesar de Lucas se referir a Antioquia como fazendo parte da Psídia, parece que em caráter geral, ele a considerava como fazendo parte da região da Galácia.
Paulo havia deixado Priscila e Áquila em Éfeso, quando retornava de Corinto para Antioquia da Síria, no final da sua 2a viagem. E lá em Éfeso eles vieram a conhecer Apolo, que era eloqüente e poderoso nas Escrituras, que era instruído no caminho do Senhor, e fervoroso de espírito, e que falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, apesar de conhecer apenas o batismo de João. É interessante observar que Priscila e Áquila lhe expuseram com mais exatidão o caminho de Deus (At 18.24). A obra de Deus é melhor vista e se completa melhor na vida daqueles que são humildes, como Apolo, que se permitiu instruir por Priscila e Áquila quanto a uma melhor exatidão sobre a verdade do evangelho. Com isto, pôde ser mais útil ao Senhor porque se manifestou nele o desejo de ir para Corinto, e lá chegando convencia publicamente os judeus com grande poder provando por meio das Escrituras que o Cristo é Jesus (At 18.27,28).
Apolo já estava em Corinto quando Paulo chegou em Éfeso, vindo da Galácia e Frígia.
Quando Paulo chegou na cidade ele encontrou alguns discípulos aos quais perguntou se tinham recebido o Espírito Santo quando creram, e a resposta foi que nem mesmo ouviram falar da existência do Espírito Santo, e quando Paulo lhes perguntou em que então haviam sido batizados, responderam que no batismo de João. Ora não há dúvida de que não eram discípulos de Jesus, porque Paulo lhes disse que João havia realizado batismo de arrependimento dizendo ao povo que cressem naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Depois de terem ouvido isto foram batizados em nome de Jesus, e quando Paulo lhes impôs as mãos o Espírito veio sobre Eles, e tanto falavam em línguas como profetizavam (At 19.1-7).
Quando Pedro anunciou o evangelho na casa de Cornélio, o Espírito caiu também sobre todos os que ouviam a palavra, e falavam em línguas e engrandeciam a Deus (At 10.44-46). Não padece dúvida de que tiveram a mesma experiência que os discípulos de João, que Paulo havia encontrado em Éfeso.
O ato de profetizar acompanhando o momento da conversão era o cumprimento da profecia de Joel referente ao derramamento do Espírito sobre toda a carne, fato que tanto os apóstolos, quanto Lucas fizeram questão de registrar (At 2.18).
E o dom de línguas sendo concedido simultaneamente com a conversão, era também um sinal, uma evidência do cumprimento da afirmação de Jesus do que ocorreria com os que cressem (Mc 16.17).
Basicamente, Paulo evangelizou Éfeso como área pioneira em sua 3a viagem, pois visitara nesta viagem, as mesmas cidades que havia evangelizado em sua 2a viagem.
Como era seu costume, Paulo freqüentava a sinagoga pregando o evangelho primeiro aos judeus, e isto durante 3 meses, mas como alguns se mostravam empedernidos e descrentes falando mal do evangelho diante da multidão, Paulo separou os discípulos que haviam crido e passou a discorrer na escola de Tirano por dois anos, tendo ouvido a Palavra tanto judeus quanto gregos de toda a Ásia.
Provavelmente, em face da importância de Éfeso como centro para a irradiação do evangelho, e por haver na cidade o culto pagão da deusa Diana ou Artêmis, que era muito concorrido, Deus fez nesta cidade, pelas mãos de Paulo, milagres extraordinários, ao ponto de até curar enfermidades, e expulsar espírito malígnos, daqueles aos quais os lenços e aventais de uso pessoal de Paulo eram levados (At 19.8-11).
Para o propósito de envergonhar através do evangelho as potestades do reino das trevas, que dominavam a cidade de Éfeso, Lucas, inspirado pelo Espírito, registrou logo após a citação dos prodígios que eram operados por meio de Paulo, a experiência desafortunada dos sete filhos de Ceva, que eram judeus exorcistas ambulantes, que tentaram expelir demônios pelo nome do Jesus que Paulo pregava. Mas os endemoninhados deram sobre eles desnudando-os e ferindo-os (At 19.13-16). Este fato trouxe terror aos habitantes de Éfeso e fez com que o nome de Jesus fosse engrandecido (At 19.17). E muitos dos que creram confessaram publicamente as suas obras e os que praticavam artes mágicas queimaram os seus livros. Assim a palavra do Senhor crescia e prevalecia em Éfeso (At 19.18-20).
Ora, o que aprendemos disto é que não é a simples afirmação verbal do nome do Jesus que os verdadeiros crentes servem, como fizeram os sete filhos de Ceva, que conduz às operações de Deus no mundo espiritual, mas o fato de estar realmente unido a Cristo por meio da fé, e estar servindo-O de fato, como era o caso de Paulo. O verdadeiro servo do Senhor prevalece sobre os demônios, assim como Paulo, cujos aventais e lenços expeliam espíritos malígnos. Não propriamente tais materiais, mas o que eles representavam, o poder de Deus na vida do apóstolo. O incidente havido com os filhos de Ceva serviu para comprovar que Paulo estava de fato a serviço do Deus Altíssimo, e que a Palavra que ele pregava era portanto a verdade, e Jesus a quem Paulo servia era mais poderoso do que os espíritos malígnos, sendo digno de ser crido e servido, motivo porque renunciaram às práticas que estavam associadas a demônios.
Foi nesta ocasião que Paulo deliberou ir a Jerusalém, mas queria antes revisitar as igrejas que havia fundado na Macedônia e na Grécia durante a 2a viagem, e depois de estar em Jerusalém pretendia ir a Roma (At 19.21,22).
A derrubada das potestades espirituais que operavam em Éfeso, por meio do evangelho pregado por Paulo trouxe prejuízo aos negócios dos exploradores do culto idolátrico da deusa Diana porque Paulo persuadia a muitos dizendo que não eram deuses os que são feitos por mãos humanas, e foi tentado um levante contra ele por parte de um dos ourives, chamado Demétrio, que fabricava nichos de prata de Diana (At 19.23-40).
54 ESCRITA DE I AOS CORÍNTIOS
Foi de Éfeso que Paulo escreveu a primeira epístola aos Coríntios, como se infere de I Cor 16.5-
9, especialmente do verso 8, onde afirma: “Ficarei, porém, em Éfeso até ao Pentecoste.”. Isto por volta de 54 d.C.
Cessado o tumulto causado por Demétrio, que foi apaziguado pelo escrivão da cidade, Paulo partiu para a Macedônia e fortaleceu os discípulos com muitas exortações, e dali dirigiu-se para a Grécia onde permaneceu três meses.
55 ESCRITA DE II AOS CORÍNTIOS
Foi quando esteve na Macedônia, cerca de um ano após ter escrito I Coríntios, quando se encontrava em Éfeso, que Paulo escreveu a segunda epístola aos Coríntios. Isto se depreende do fato de ter-se referido a uma grande coleta que deveria ser levantada em favor dos crentes pobres de Jerusalém, na primeira epístola aos coríntios, conforme instruções que lhes deu sobre a forma de efetuarem a referida coleta, em I Cor 16.1-4.
Agora, vemos o apóstolo citar em II Cor 9.1-5, a referida coleta que havia sido feita, dizendo que estava se gloriando junto aos macedônios quanto ao fato de que os coríntios estavam preparados desde o ano anterior (v 2). Ora, isto significa que a oferta já havia sido levantada pelo espaço de cerca de um ano desde que ele havia se referido à forma de como se deveria levantar a oferta, quando lhes escreveu I Coríntios.
Como datamos I Cor em 54 d.C., então a data provável da escrita de II Cor foi 55 d.C, um ano após a escrita da 1a carta, estando Paulo na Macedônia, numa das cidades que havia evangelizado naquele Distrito; Filipos, Tessalônica ou Beréia.
Vimos em At 20.1-3, que após ter estado na Macedônia, de onde escreveu II Coríntios, Paulo partiu para a cidade de Corinto, onde permaneceu por 3 meses, mas, tendo havido uma conspiração por parte dos judeus contra ele, decidiu retornar à Macedônia, para dali, dirigir-se a Jerusalém.
ESCRITA DE ROMANOS
Foi nesta sua permanência de três meses em Corinto que escreveu a epístola aos Romanos, também em 55 d.C, depois de ter escrito II Coríntios na mesma data, na Macedônia. Em Rom 15.25-28, Paulo afirma que já se encontrava de posse da oferta em favor dos crentes pobres de Jerusalém, e que estava levando a mesma consigo para entregá-la em Jerusalém. Que escreveu aos romanos quando estava em Corinto depreende-se do fato de que Gaio, que o hospedava por ocasião da escrita de Romanos, residia em Corinto (Rom 16.23; I Cor 1.14).
CONTEÚDO GERAL DE I CORÍNTIOS
Combater a carnalidade que estava impedindo o crescimento espiritual e a unidade da igreja, é sem dúvida o tema principal de I Coríntios.
A igreja de Corinto abundava em dons espirituais, mas estava fazendo mal uso dos dons porque lhes faltava o principal que é o fruto do Espírito.
As divisões que haviam entre eles provavam que eram crentes carnais e não espirituais (I Cor 1.10-17; 3.1-9).
A busca dos gregos pela sabedoria, na filosofia, e não na verdade revelada, estava contribuindo para que muitos na igreja grega de Corinto estivessem se guiando pelo racionalismo, que é segundo os homens, e não segundo a mente de Cristo, que é revelada pelo Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus (I Cor 1.18-31; 2.1-16; 3.18-23; 4.6-21).
A igreja, e especialmente a sua liderança estavam negligenciando o exercício da disciplina eclesiástica conforme havia sido determinado pelo Senhor (Mt 18), e chegaram ao ponto de tolerarem a prática de imoralidade em seu meio, exemplificada por um crente que estava tendo relações com a esposa do seu pai (I Cor 5.1-13); assim, estavam admitindo na comunhão da igreja quem fosse impuro, avarento, idólatra, maldizente, beberão ou roubador (I Cor 5.11). Estavam tolerando também que irmãos tivessem demandas uns contra os outros levando suas questões aos tribunais de justiça do mundo (I Cor 6.1-11). Deveriam estar sendo também tolerados os casos de prostituição (I Cor 6.12-20). Muitos outros problemas estavam ocorrendo em Corinto havendo também casos de idolatria, de consumo de comida sacrificada aos ídolos (I Cor 8; 10.14-33); provável insubmissão das esposas aos maridos (I Cor 11.2-16); exageros na ceia do Senhor com casos de glutonaria e embriaguez (I Cor 11.17-34). Abuso dos dons espirituais (I Cor 14.1-40). Erros doutrinários negando-se a ressurreição futura do corpo (I Cor 15.20-58).
Paulo responde também a dúvidas que a igreja tinha a respeito do casamento (I Cor 7) e quanto ao sustento pastoral (I Cor 9). Para afirmar o julgamento dos crentes por Deus saca exemplos da história do povo de Israel afirmando que tudo que lhes ocorreu foi registrado para advertência da igreja (I Cor 10.1-13). Para reforçar a necessidade da unidade na igreja, cita o amor como o vínculo da perfeição, como o cimento necessário para tal unidade (I Cor 13.1-13).
É interessante destacar que Paulo se refere em I Cor 5.9 que já havia lhes escrito uma carta em que os advertia a não se associarem com os impuros. Ora, se em ordem cronológica, como vimos anteriormente, esta é a primeira carta que ele escreveu àquela igreja que chegou ao nosso conhecimento, então Deus, em sua providência permitiu que aquela carta se perdesse, de modo a sequer ser debatida a sua inclusão no cânon do Novo Testamento. É fato importante também destacar que Paulo deve ter escrito vários sermões, e nenhum deles chegou ao nosso conhecimento. Deus em sua sabedoria, providenciou para que fosse preservado no Novo Testamento somente aqueles documentos dos apóstolos que trazem a marca da inspiração plena do Espírito Santo, de forma que se tornaram para nós a infalível Palavra de Deus.
Vamos ver Paulo também citando uma outra carta que escrevera à igreja de Corinto (II Cor 2.4; 7.8), que é chamada de carta triste, e cujas descrições não se harmonizam com I Coríntios, seria assim uma segunda carta que é citada por ele e que se perdeu.
CONTEÚDO GERAL DE II CORÍNTIOS
Era de se esperar que numa igreja carnal e cheia de divisões como a de Corinto, que não houvesse problemas de insubmissão à liderança local constituída sobre aquela igreja, como também sobre a autoridade do próprio apóstolo Paulo. Esta carta então vai tratar em várias partes da defesa de Paulo não especificamente do seu apostolado, mas da submissão que os crentes devem ter a todos aqueles que foram constituídos sobre eles como autoridades por Deus.
A prova da longanimidade de Paulo está revelada no fato de que orientou a igreja a readmitir na membresia a pessoa que havia se oposto ao seu apostolado, e não apenas isto, apontou-lhes o dever de perdoá-lo e confortá-lo em face do arrependimento por ele demonstrado (II Cor 2.5-11).
Por esta razão estamos anexando nesta parte um estudo sobre obediência e maturidade espiritual, para compreendermos melhor a natureza da atitude do apóstolo Paulo relativa ao tratamento desta questão apontada.
O ministério do crente não é de condenação como na Antiga Aliança, mas de reconciliação do pecador com Deus na Nova Aliança. Esta é um ministério de vida e de justiça, porque por meio de Cristo são justificados pela graça mediante a fé, todos os que têm sido lavados no Seu sangue. Os oponentes de Paulo estavam trazendo cartas de recomendação, de Jerusalém, certamente não dos apóstolos e presbíteros daquela igreja, mas de alguns que se aferravam ainda aos costumes da lei de Moisés, e assim estavam ensinando aos Coríntios a salvação por um meio impossível, qual seja, pela justiça que decorre da lei, pois há somente uma justiça que salva, a que é decorrente da fé (Rom 10). Ora, o ministério da letra da lei, mata, porque nunca pôde de si mesmo gerar vida eterna, nem mesmo no tempo da dispensação da Antiga Aliança, porque Deus sempre salvou pela graça, mediante a fé. A lei não foi dada por Deus com o propósito de produzir a salvação do pecador, porque por obras da lei nenhuma carne será justificada diante dEle. A lei foi dada para conduzir o pecador a Cristo, para convencê-lo de que é pecador, para revelar o caráter moral do Deus que servimos, para buscarmos a qualidade deste caráter moral, segundo a prática de boas obras, que são também em Cristo, para a nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração, que ocorrem no momento da nossa conversão de uma vez para todo o sempre, pela graça, mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (II Cor 3.1-18-4.1-6). Assim a excelência do poder que em nós opera, e os méritos de que temos sido feitos participantes, são exclusivamente e totalmente pertencentes a Cristo. Somos vasos de barro onde esta excelência opera (II Cor 4.7-18; 5.1-21; 6.1-13). Assim, o crente não deve esquecer que é peregrino e forasteiro neste mundo, sendo cidadão do céu, e já não deve viver mais como vivem os incrédulos (II Cor 6.14-18). Seu dever é aperfeiçoar a sua santidade no temor de Deus, purificando-se de toda impureza, tanto da carne quanto do espírito (II Cor 7.1). Paulo fala da sua alegria de ter a igreja de Corinto obedecido as suas ordens no sentido de exercer a disciplina eclesiástica em relação aos casos que ele havia citado na primeira epístola, e nas cartas que havia dirigido àquela igreja e que havia produzido tristeza e um estremecimento temporário em suas relações. Mas eles foram em tudo obedientes, razão porque o apóstolo estava alegre em Deus, com as notícias que Tito lhe trouxera do arrependimento havido na igreja (II Cor 7.2-16).
Nos capítulos oitavo e nono discorre sobre a oferta que foi levantada em favor dos crentes pobres de Jerusalém, e fala que aquilo redundaria em muita gratidão a Deus. E temos isto devidamente considerado em nosso estudo sobre gratidão.
Nos capítulos décimo a décimo segundo Paulo continua com os argumentos em favor da defesa do seu apostolado. E finalmente no capítulo décimo terceiro convoca a igreja a se consertar antes que fosse ter com eles de maneira que não tivesse que disciplinar pessoalmente a alguns que estavam andando desordenadamente e que não haviam se arrependido do seu pecado.
CONTEÚDO GERAL DE ROMANOS
O tema central de Romanos é o da justificação pela graça mediante a fé. Dizemos tema central porque na verdade nesta epístola Paulo põe em desfile todos os temas relacionados à salvação, e dentre estes destacamos a eleição, a redenção; a justificação, a regeneração, a santificação, a perseverança dos santos; a certeza da salvação; a glorificação. Como já estudamos exaustivamente todos estes temas na parte relativa à obra que Jesus fez por nós, deixaremos de tecer maiores considerações nesta parte, a não ser a parte relativa aos deveres dos crentes para com Deus, e dentre estes destacamos os assuntos relativos à submissão à autoridade civil de Rom 13.1-7; e o relativo aos assuntos não morais de Rom 14.1-23, e sobre o julgamento dos crentes no tribunal de Cristo (Rom 14.10-12).
CONTINUAÇÃO DA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA (Retornando a Jerusalém)
A seção “nós” de Atos é retomada em At 20.6, onde se lê: “navegamos de Filipos”. Ora, o uso da 1a pessoa do plural na narrativa havia cessado durante a 2a viagem, também em Filipos, e agora é retomado naquela mesma cidade da Macedônia, indicando que Lucas, provavelmente, permanecera ali ministrando aos filipenses, desde que a igreja do Senhor fora ali fundada durante a 2a viagem. E agora, Lucas está acompanhando de novo a Paulo, na sua ida para Jerusalém.
Paulo está retornando a Jersualém mas estava sempre empenhando em seu trabalho missionário de fundar e edificar igrejas. Quando chegou à cidade portuária de Trôade onde passou uma semana (At 20,5,6), reuniu-se com a igreja no domingo (At 20.7) onde pregou até à meia-noite, e como um rapaz caiu da janela do terceiro andar, por ter dormido durante a pregação prolongada de Paulo, e tendo morrido, foi ressuscitado por Paulo, e isto fez com que aquele culto de domingo se estendesse até o romper do dia da segunda-feira (At 20.7 –12).
Paulo pretendia chegar em Jerusalém, se possível, no dia de Pentecoste, que conforme já estudamos, sempre caía num domingo (At 20.16). Por isso não queria se demorar na Ásia, no seu retorno de Trôade para Jerusalém, assim, aportou em Mileto, que ficava próxima de Éfeso, e dali, mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso e deu-lhes as recomendações monumentais que temos em At 20.17-35; onde destacou o seu serviço abnegado ao Senhor, em favor deles, com humildade, provações, perseguições dos judeus, mas sendo sempre fiel em lhes anunciar a exata Palavra do evangelho publicamente, e de casa em casa, pregando o arrependimento e a fé em Jesus (At 20.18-21). Paulo citou que o Espírito Santo vinha lhe dizendo de cidade em cidade que lhe aguardavam cadeias e tribulações, como de fato viria a ocorrer com suas prisões em Jerusalém, Cesaréia e por duas vezes em Roma, como ainda estudaremos (At 20.22,23).
O que ele disse no verso 24 é digno de registro: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.”. A vida para Paulo era ser obediente e fiel à sua chamada e cumprir o seu ministério. E isto consistia em dar testemunho do evangelho da graça de Deus. “O evangelho da graça de Deus.”. A riqueza da graça que redime o pecador, e sobre a qual tanto há para ser dito, naquilo que os reformistas chamaram de as doutrinas da graça, a saber: eleição, redenção, substituição, regeneração, justificação, santificação e glorificação.
E Paulo lhes ensinou tudo isto e mais o modo pelo qual o crente deve viver para agradar a Deus, e que ele chamava de “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).
E então, falou-lhes da vigilância do pastor em relação ao cuidado com o rebanho quanto aos lobos vorazes, que são aqueles que pervertem as doutrinas do evangelho para desviar as ovelhas da verdade (At 20.28-31). Pastores vigiai! Foi sua palavra de alerta para os presbíteros de Éfeso (v 13).
A acusação injusta que alguns costumam fazer contra Paulo quanto a ter sido um homem duro e frio, não se sustenta diante da reação dos presbíteros de Éfeso quando se despediram dele em Mileto: “Então houve grande pranto entre todos e, abraçando afetuosamente a Paulo o beijaram, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” (At 20.37,38).
56-58 PRISÃO DE PAULO EM JERUSALÉM E CESARÉIA (At 21.27 – 26.32)
Como fora predito pelo Espírito Santo de cidade em cidade, pelo ministério dos profetas (At 21.4, 9-14), Paulo foi preso pelos romanos quando estava no templo em Jerusalém em razão de estar sendo espancado pelos judeus, e os romanos o apresentaram ao sinédrio para ser interrogado. Como os judeus pretendiam fazer uma cilada para matá-lo, e tendo isto chegado ao conhecimento do sobrinho de Paulo, este alertou o comandante da guarda romana, que por precaução enviou-o com um escolta ao governador Félix, para mantê-lo em Cesaréia (At 21.17-23.35).
Cinco dias depois o sumo-sacerdote Ananias foi para Cesaréia acompanhado de alguns anciãos e de um orador de nome Tértulo que passou a acusar Paulo na presença de Félix, mas o governador adiou a causa depois de ter ouvido a defesa de Paulo (At 24.22).
Félix foi substituído no cargo por Pórcio Festo que intentava agradar aos judeus, motivo porque Paulo apelou para ser julgado em Roma, e dar-se-ia assim cumprimento à vontade de Senhor, de que ele desse testemunho a Seu respeito também em Roma (At 23.11; 25.11,12).
Quando o rei Agripa, de Israel, esteve em Cesaréia para saudar a Festo, o caso de Paulo lhe foi apresentado, e ele manifestou interesse em ouvir a Paulo que lhe apresentou a sua defesa. Ao ouvir o testemunho do apóstolo, Festo o interrompeu em alta voz dizendo que ele estava louco e que as muitas letras o faziam delirar. Paulo era um homem preparado. Mas Agripa ficou bem impressionado com o discurso de Paulo e disse que por pouco ele o persuadiu a se fazer cristão. E comentou com Festo, depois de ter-se retirado, que Paulo bem poderia ter sido solto se não tivesse apelado para César (At 26.24-32). Com isto, o desígnio de Deus se cumpriu na vida de Paulo. Ele permaneceria preso em Roma, mas, na viagem que para lá empreenderia, teria o seu navio destruído por uma tempestade, de forma que seria dado como morto pelos judeus de Jerusalém. Com isso seria mantido em segurança e em vida, porque haveria ainda de escrever as chamadas epístolas da prisão e as pastorais, e concluir o ministério que havia recebido do Senhor. E quem sabe a espístola aos Hebreus não seria também escrita por ele, se esta é de se sua autoria.
59-60 PRIMEIRA PRISÃO DE PAULO EM ROMA (At 28.16-31)
A partir do capítulo 27 até 28.15 é narrada a viagem de Paulo para Roma. Ao chegar na cidade foi-lhe permitido morar por sua conta tendo em sua companhia o soldado que o guardava, o que deu ensejo, segundo suas palavras em Fp 1.13, que toda a guarda pretoriana do imperador romano ouvisse o evangelho.
Tendo convocado os principais dos judeus em Roma, três dias depois de ter chegado à cidade, apresentou-lhes a oposição que vinha sofrendo dos judeus, mas estes lhe informaram que não haviam recebido qualquer denúncia contra ele da parte dos judeus de Jerusalém. Mas que gostariam de ouvi-lo a respeito da seita que ele pregava e que por toda a parte era impugnada (At 28.17-22).
E vieram ouvi-lo em grande número na data marcada, tendo Paulo lhes feito uma exposição da manhã até a tarde, sendo que alguns ficaram persuadidos e outros não, que continuaram incrédulos, e havendo discordância entre eles, Paulo lhes disse que a salvação seria enviada aos gentios e eles a ouviriam (At 28.23-29). Jesus veio para os que eram seus, mas os seus continuavam não o recebendo. Se eles não se achavam dignos de serem eleitos por Deus, não teriam do que se queixar se outros (os gentios) estivessem recebendo a bênção que eles estavam recusando. Também estava disponível, e principalmente, para eles, mas a maioria deles estava rejeitando a salvação que lhes estava sendo oferecida gratuitamente.
Paulo ficou preso por dois anos em Roma, na casa que alugara, onde recebia a todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, com toda a intrepidez e sem impedimento algum ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28.30,31). É assim que termina o livro de Atos.
Esta visitação a Paulo, em sua casa, nesta sua primeira prisão em Roma é explicada pelo fato de que ele estava convicto de que a sua apelação para César lhe redundaria em liberdade, sentimento este que expressou nas chamadas Epístolas da Prisão, que escreveu neste período (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom). Os que o procuravam nesta ocasião, sabiam portanto que não corriam qualquer perigo. Fato este, que já não ocorreu por ocasião da escrita de II Timóteo, quando fora encarcerado em Roma para ser martirizado, e nesta ocasião todos os abandonaram.
Na ocasião da primeira prisão de Paulo, os romanos consideravam o cristianismo como mais uma das seitas judaicas, e como o judaísmo era considerado um religião lícita, Paulo sabia que eles não interfeririam em assuntos religiosos em que os interesses do Império Romano não seriam prejudicados. Daí a sua certeza de que seria posto em liberdade (Fp 1.19; 2.23,24; Fm 22).
Quando Paulo e Pedro foram martirizados sob Nero, cerca de 64 d.C., a perseguição aos cristão não foi por motivos religiosos, mas por que Nero queria um bode expiatório para lançar a culpa pelo incêndio da cidade de Roma, que segundo os historiadores fora causado pelo próprio Nero.
Há vários pontos de contato entre as epístolas da prisão, indicando terem sido escritas no mesmo período. Dentre estes, podemos destacar:
1 – Paulo se encontrava preso quando as escreveu: Ef 3.1; 4.1; 6.20; Fp 1.7,13,14,17; Col 4.3,10,18; Fm 1,9,10,13,23.
2 – Das quatro, Ef, Col e Fm estão estreitamente relacionadas entre si:
a) Tíquico foi o portador de Ef e Col (Ef 6.21; Col 4.7).
b) Onésimo, o escravo de Filemom, é companheiro de viagem de Tíquico (Col 4.9; Fm 10).
c) Arquipo é mencionado em Fm 2, e é exortado a cumprir seu ministério em Colossos (Col 4.17).
d) Epafras, da igreja de Colossos (Col 1.7; 4.12) estava preso com Paulo quando este escreveu Fm (23).
e) Lucas e Demas são citados em Col 4.14 e Fm 24.
A igreja de Colossos não foi fundada por Paulo e não era conhecida de vista pelo apóstolo (Col 2.1). Os fatores que explicam a escrita de Col, Fm e Ef na mesma ocasião, são os seguintes, além dos já apontados:
a) Paulo estava endereçando na verdade, duas cartas à igreja de Colossos, uma de caráter mais geral (Col) e outra mais pessoal (Fm).
b) Onésimo era escravo fugitivo de Filemom, o qual tinha uma congregação funcionando em sua casa em Colossos. Onésimo foi ganho para Cristo, por Paulo, em Roma, e o motivo da escrita de Fm é um apelo de Paulo em favor de Onésimo, para que Filemom o recebesse de volta já não mais simplesmente como escravo, mas como irmão em Cristo.
c) Juntamente com Onésimo, Tíquico foi enviado por Paulo não somente a Colossos, mas também a Éfeso, sendo certamente o portador das epístolas aos Efésios e Colossenses, posto que ambas eram cidades próximas na Ásia Menor.
d) Epafras, que foi o provável fundador e líder da igreja de Colossos, encontrava-se aprisionado com Paulo em Roma, e certamente, deve ter-lhe feito um relato minucioso da situação da igreja colossense, especialmente quanto à influência de um falso ensino que estava penetrando na mesma quanto a práticas ascéticas e legalistas, com o pretenso objetivo de torná-los mais espirituais (Col 2.4,8, 16-23).
Filipenses, apesar de ter sido escrita também durante a primeira prisão de Paulo, provavelmente foi produzida numa outra ocasião, por motivo de Paulo ter recebido uma oferta daquela igreja.
Assim, podemos datar estas chamadas Epístolas da Prisão da seguinte maneira:
59 ESCRITA DE EFÉSIOS, COLOSSENSES E FILEMOM
60 ESCRITA DE FILIPENSES
CONTEÚDO GERAL DE EFÉSIOS E COLOSSENSES
Estas duas epístolas podem ser estudadas em conjunto em razão da semelhança do seu conteúdo.
Em ambas é tratado o assunto da relação existente entre Cristo e a igreja, sendo Ele apresentado como cabeça da igreja, e esta como seu corpo. Há portanto uma natural descrição dos deveres ou funções vitais que a igreja tem por ser parte integrante de Cristo.
Assim, surgem naturalmente nestas epístolas, temas como mortificação da carne, revestimento de Cristo, perdão, santidade, deveres em submissão em relação a Deus, aos pais, aos maridos, aos senhores, aos mais velhos, aos pastores, à edificação da igreja em amor pelos ministérios constituídos por Deus, a luta espiritual contra a carne, o diabo e o mundo, dentre outros, que têm a ver com os deveres da igreja diante do Seu Senhor e Mestre.
CONTEÚDO GERAL DE FILIPENSES
A epístola de Paulo aos Filipenses é uma nota de agradecimento e de alegria em face da renovação do cuidado dos filipenses pelo apóstolo, indicando a sua obediência e eleição como igreja do Senhor, e pelo fato de o apóstolo saber que em face da generosidade deles, Deus os faria prosperar material e espiritualmente, e daí a razão da sua alegria no Senhor por eles.
Sobressai nesta epístola o apelo à unidade pela prática da submissão e da humildade, tendo-se como exemplo supremo o próprio Cristo que havia se esvaziado da sua glória divina em obediência ao Pai. Percorre por toda a epístola um sentimento de alegria e de satisfação em tudo e por tudo, que o apóstolo fez questão de destacar colocando a si mesmo como exemplo a ser imitado quanto à questão de estar contente em toda e qualquer situação, porque é esta a vontade de Deus para o crente.
Fazer tudo sem murmurações nem contendas é um grande e importante mandamento para ser observado pela igreja (Fp 2.14), porque Deus está no controle de tudo, operando Ele mesmo em nós tanto o querer quanto o efetuar (Fp 2.13).
Assim estamos apresentando a seguir dois estudos sobre Humildade e Satisfação, respectivamente, que estão associados aos temas desta epístola.
61-63 PERíODO DE LIBERDADE DE PAULO ENTRE SUAS DUAS PRISÕES EM ROMA
62 ESCRITA DE I TIMÓTEO E TITO
Conforme havia manifestado nas Epístolas da Prisão a sua forte expectativa de que o fato de ter apelado para César lhe redundaria em liberdade, tudo indica que de fato Paulo fora libertado, conforme evidências internas que encontramos em I Timóteo e Tito, porque, principalmente, estas epístolas apresentam Paulo em deslocamento e em situações que não podem ser harmonizadas com o registro contido no livro de Atos. Como por exemplo, o que lemos em I Tim 1.3: “Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso”. Aqui vemos Paulo afirmando que estava viajando, o que não poderia fazer se estivesse preso, e também que estava indo para a Macedônia, pedindo a Timóteo que permanecesse em Éfeso. Não temos em Atos esta situação de Paulo estar indo para a Macedônia, ficando Timóteo em Éfeso. Temos exatamente o contrário disto. Isto é, enviou Timóteo e Erasto para a Macedônia, enquanto ele, Paulo permaneceu em Éfeso (At 19.22), durante a sua terceira viagem missionária, quando evangelizou a cidade de Éfeso.
A narrativa de Atos também não se refere a qualquer ministração de Paulo na Ilha de Creta ou em Nicópolis (Tito 1.5; 3.12).
64 SEGUNDA PRISÃO DE PÁULO EM ROMA
ESCRITA DE II TIMÓTEO E MARTÍRIO DE PAULO
II Timóteo foi a última epístola escrita por Paulo, porque foi produzida próximo da sua execução sob Nero. Nesta carta ele afirma que se encontrava preso em Roma (II Tim 1.8, 16, 17), portanto uma segunda prisão, só que desta vez, não tinha qualquer esperança de que seria posto em liberdade, ao contrário, quando escreveu esta epístola a sua sentença de morte já havia sido lavrada (II Tim 4.6). Ele havia sido abandonado por todos e ninguém fora a seu favor na sua primeira defesa (II Tim 4.16). Ele sabia que a sua carreira havia chegado ao fim, porque havia completado a mesma e estava somente aguardando a hora em que estaria para sempre com o Senhor na glória celestial (II Tim 4.7,8).
CONTEÚDO GERAL DAS PASTORAIS (I e II Tim, e Tito)
Como estas epístolas foram escritas próximo do final do ministério de Paulo, e havendo a preocupação de manter a ordem e a disciplina na igreja, para que ela continuasse cumprindo o papel que lhe fora designado pelo Senhor na terra, Paulo enviou estas epístolas a seus cooperadores mais próximos, Timóteo e Tito, que receberam na época o encargo de nomear presbíteros para as igrejas de Éfeso, e Creta, respectivamente, agindo na ocasião, como superintendentes interventores, em face da heresia que havia penetrado naquelas igrejas. E o combate ao erro seria feito principalmente nomeando-se pessoas qualificadas para ensinarem a sã doutrina, que reforçariam a liderança das igrejas sendo nomeados presbíteros para manterem a disciplina e a ordem, no Senhor.
Assim, são destacadas especificamente em I Timóteo e Tito as qualificações exigidas para o ministério. Se alguém é ordenado para cuidar da casa de Deus, esta pessoa deve estar preparada não somente para edificar os crentes, como também para fazer calar os lobos vorazes que atacam o rebanho com suas falsas doutrinas e práticas libertinas. Para isso, o candidato ao episcopado deveria ser apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tivesse poder, tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os contradizentes (Tito 1.9-11).
O ministério não é um lugar para se recompensar os amigos, mas para aqueles que são chamados por Deus, para trabalharem e servirem a igreja, conforme a pregação, ensino, admoestação, exortação, repreensão e disciplina, que devem ser feitos conforme a Palavra revelada.
I Tim 2.11,12 parece indicar que estavam ocorrendo problemas graves de submissão das mulheres a seus maridos em Éfeso, lembrem-se que havia naquela cidade o culto da deusa Diana, e assim, o ensino filosófico que acompanhava aquele culto devia ser um estímulo para a não submissão das mulheres a seus maridos, e deste modo, o apóstolo se viu na contingência de tomar a medida extrema de impedir que as mulheres ensinassem naquela igreja, provavelmente, em face da contaminação de suas mentes pelas práticas e filosofias que permeavam a sociedade e a cultura de Éfeso.
Pr Silvio Dutra

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