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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Jesus no Evangelho de Mateus



Jesus
no Evangelho de Mateus

Mateus 17:1-8





Abrindo o Novo Testamento, encontramos 
o preciosíssimo Evangelho de Mateus, embora na ordem cronológica não tenha sido o primeiro a ser escrito.
É um valioso livro de ensinos sobre a vida
de Jesus, o rei e Senhor, que veio implantar
o reino de Deus entre os homens. Vale
a pena conhecer mais detalhadamente
este extraordinário livro.



Dirigido-se aos judeus, Mateus apresenta informações e ensinos por meio de tópicos, que se organizam em cinco seções, cada uma encerrando-se por uma afirmação sumária, como se pode ver em 7: 28; 11: 1; 13: 53; 19: 1 e 26: 1.

I - UM EVANGELHO ESCRITO PARA OS JUDEUS

O Evangelho de Mateus parece ter sido preparado particularmente para os judeus cristãos que viviam na Palestina ou proximidades. Os membros da Igreja Primitiva na maioria eram judeus. Havia, portanto, necessidade de tratar de questões e assuntos que resolvessem suas dúvidas, tais como se Jesus era verdadeiramente descendente de Davi, qual foi sua atitude para com a Lei, se Jesus era de fato o Messias, por que o Reino não havia chegado, etc.

a) Características - Por causa desse objetivo, Mateus é diferente de Lucas, por exemplo, que escreveu para evangelizar os gregos e pessoas dessa cultura. Tal preocupação já pode ser vista na apresentação de sua origem: Lucas traça a genealogia de Jesus até Adão, enquanto Mateus traça até Davi e até Abraão, 1: 1. Mateus inicia seu Evangelho pela genealogia de Jesus, filho de Davi, filho de Abraão, passando pelos personagens mais proeminentes no judaísmo, entre eles Davi, o mais importante rei de Israel.

b) Dificuldades - Não era fácil ser cristão nos primeiros tempos. Os novos convertidos precisavam saber:


por que Cristo fora rejeitado por Israel e como enfrentar a perseguição que eles estavam sofrendo por parte de seus próprios patrícios;


o que Cristo tinha realizado e por que o Reino não tinha sido estabelecido ainda.


como pensar e viver nesse período de espera. Eles precisavam ter segurança concernente ao futuro e ao retorno de Cristo. Jesus tinha dado todas as informações aos seus apóstolos e um deles necessitava colocar isto no papel. Mateus foi guiado pelo Espírito de Deus para fazer isto.

c) Ênfase ao cumprimento das profecias - Mateus revela grande interesse em relacionar Jesus com as profecias do Antigo Testamento. Existem 129 referências ao AT. Essa ênfase indica que Ele estava escrevendo a leitores para os quais o cumprimento de profecias era importante e significativo. Queria mostrar que Jesus é o Messias e nele se cumpriram as profecias do AT.

II - A CRISE DA CRUZ

a) Nem tudo na vida e ministério de Jesus foi fácil. Os capítulos 13 a 19 falam sobre a rejeição pelos seus concidadãos, 13: 54-58, a ameaça de Herodes através da morte de João Batista, 14: 1-12, e até sobre a dificuldade que os discípulos estavam tendo para aceitar os ensinos de Jesus, 15: 12 e 16: 5-9. Esses fatos indicam tensões que levaram Jesus a declarar a iminência da cruz, e a revelar-se a si próprio, na transfiguração, 17: 1-13. A cruz aparece crescentemente diante de Jesus e torna-se o objetivo imediato de sua carreira terrena, 17: 22, 23.

b) A revelação do Messias gera conflitos - Quando ocorre a declaração do propósito messiânico, os conflitos aumentam, surgindo frequentes debates com os fariseus, 19: 3-12, com os herodianos e saduceus, 22:15-33. Por outro lado, Jesus passou a fazer duras denúncias contra os religiosos da época, cap. 23, bem como a anunciar a destruição do templo e a desolação de Jerusalém, presentes no sermão profético, no cap. 24.

c) Mateus acentua o caráter messiânico da morte de Jesus. Jesus cita o Antigo Testamento por quatro vezes, aplicando a si as profecias sobre a paixão, 26: 31, 54, 56 e 27:9. Há um destaque à relação entre o que os profetas disseram e o calvário, 27: 35. Ao responder à pergunta de Caifás, aplicou a si mesmo o título de Filho do Homem, 26: 64, que em Daniel era aplicado a um ser celestial, conforme Dn. 7: 13, 14.

III - OS APELOS DE JESUS

O cap. 28 é um sumário de todo o Evangelho. Mateus firma seu ensino pela ilustração das atitudes para com Jesus: rejeição e incredulidade dos fariseus ou adoração e aceitação pelos discípulos.

Encerrando cada secção deste Evangelho, há um apelo ou convite de Jesus aos discípulos e o autor destina este convite também a cada um de nós:

No fim da seção didática, Jesus convidou os seus discípulos a darem o primeiro passo no caminho que conduz à vida, 7: 13-14;

Após provar-lhes o seu poder, comissionou-os e convidou-os a tomar a sua cruz e segui-lo, 10: 34-41.

Na seção em que explica seu programa, faz um duplo apelo: (a) convite ao descanso, dirigido à multidão, 11: 28; (b) convite à compreensão das suas palavras, 13: 51;

Após anunciar sua morte iminente, no grande momento decisivo de sua vida, ecoou uma chamada, para uma entrega confiante: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”, 16: 24.






Fonte:
Revista de Estudos Bíblicos Aleluia






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