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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pra que serve um pastor, afinal?

Para que serve uma autoridade espiritual? Depende. Se você não é uma ovelha, certamente ela não vai servir para nada. Se, excepcionalmente, você for um bode, um pavão, um avestruz, um camaleão ou uma serpente, aí então é que não será bem-vinda.
A palavra ‘pastor’ provém do mesmo termo que designa a palavra ‘pasto’. Ou seja, ‘pastorear’ ou ‘apascentar’, etimologicamente e literalmente falando aponta para ‘levar ao pasto’.
O pastor apascenta, a ovelha pasta, ou seja, tira proveito do pasto. Isso é a parte fácil. O homem as conduz durante o dia e a recolha durante a noite. A parte difícil está nesse intervalo. Imagine que o começo de sua vida é o dia e o final dela seja a noite. E que você é uma ovelha… Do aprisco às pastagens é um caminho razoável. Você precisa sair, e alguém tem que abrir a porta e mostrar o caminho.
Depois de um tempo você, achando que já conhece o caminho, entende que pode, digamos, ‘variar’, e resolve tomar atalhos, escolher outras trilhas. Isso se chama desvio. É quando alguém sai do caminho. De repente você sente algo rígido em seu pescoço. É o cajado do pastor, colocando você de volta na trilha. Curioso, você insiste. E aí vem a vara de Arão, a autoridade do sacerdote. O pastor sabe, que atrás das folhagens há uma realidade que pode deixar sequelas indesejáveis. Há lobos. Muitos tão bem mascarados que a ovelha só vai saber quem são quando já estão sangrando entre suas presas. Mas há outros perigos. Há bodes, primos distantes que, rapidamente, ensinam a ovelha a se comportarem como eles. Há abismos. Ilusões, falsas promessas.
E há o diabo. Mas repetidamente a ovelha insiste em saber o que há por trás das folhagens às margens do caminho. Satanás começou assim. Humano, um dia o pastor se distrai. E ela escapa. Por que muitas ovelhas costumam tomar decisões sem antes consultarem seus pastores? Porque sabem que vão ouvir coisas como: “Cuidado…”, “Você tem certeza?”, “Pense bem, pode não ser a melhor saída…” Usam a desculpa da independência com argumentos que fariam o Rei Davi, repreendido diante de Natã, o profeta, morrer de vergonha. “Não devo satisfação a ninguém!”. “Minha vida é problema meu!”. “Quem pastor pensa que é para opinar?”.
Sem dúvida. E todos esses argumentos estão corretos. Se você não é uma ovelha. Joio normalmente se comporta assim.
Ovelhas, não. Iavé costuma mostrar aos pastores que ele escolhe a melhor forma de pastorear. Aos que ele escolhe, repito. Alguém que sabe a hora certa de tirar do aprisco e levar ao pasto. E qual o pasto certo, com o que alimentar seu rebanho. Se ele é negligente, não vigia as ovelhas, não as conduz pelo caminho reto, não as alimenta com pastagens verdejantes, terá problemas.
Pastores não são infalíveis. Mas o Deus que servem é.
Se tenta fazer as coisas do modo correto, Jeová os honra. E honra suas ovelhas. Essa é uma das funções de uma autoridade espiritual: honra e fazer honrar quem o revestiu de autoridade. E, abaixo disso, desempenhar o papel para o qual foi chamado. Há ovelhas que insistem tanto em olhar por trás das folhagens que o pastor uma hora se cansa e deixa que vá. Algumas voltam feridas, assustadas ou confusas. Outras não voltam. Moisés, quando se encontrou com Deus pela primeira vez estava pastoreando.
Poderia ser o rei de império, mas estava apascentando ovelhas que nem eram suas.
Assim como fazem os pastores de hoje. Durante quarenta anos essa foi sua ocupação. Deus o treinou para cuidar de um rebanho. Até Moisés descobrir que apascentar pessoas era terrivelmente mais perigoso. Ovelhas gritam por socorro quando estão em perigo. Pessoas preferem aguentar o sofrimento pelo orgulho de não admitir que erraram. Preferem não fazer o caminho de volta por conta da arrogância. E estão sempre querendo olhar através das folhagens que cercam o caminho até o aprisco. Que quase sempre tem a porta estreita.
Neto Curvina
Comunidade Shalom Filadélfia

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