Ao Lado de um Poço em Samaria Havia muitos poços em Samaria nos tempos de Jesus. Mas, nesse dia, certo poço seria usado de modo especial. Sem os fortes preconceitos raciais que perturbavam sua época, Jesus não hesitou em passar por Samaria quando via-java para a Galiléia. Um pouco ao sul de Sicar, a estrada se divide. Ali havia um poço, na terra que anteriormente pertenceu a Jacó e foi dada a José. Quando o grupo que viajava com Jesus chegou nesse lugar, todos estavam cansados da viagem. Ali Jesus fica e envia os discípulos a Sicar, para comprar alimento. Havia no Senhor um cansaço especial que deveríamos conhecer. É claro que, sendo completamente humano, havia a exaustão física natural. A pressão do tempo, das pessoas e as exigências do ensino cansariam qualquer pessoa. Mas para ele havia a presença fatigante do pecado S sempre o pecado! Para onde quer que olhasse o Filho de Deus, havia um pecado desafiando a sua divindade. E assim, uma mulher samaritana chega ao poço para tirar água. O pecado de sua vida Jesus conhece. Qualquer cansaço físico que ele sentisse teria que ser esquecido. Não há tempo para pensar em si. O poder que reside dentro dele para perdoar deve ser compartilhado com ela. "Dá-me de beber", ele diz (João 4:7). A mulher fica espantada. "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher" (4:9). Ele responde: "Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" (4:10). Água da vida! Que é isso? Ela fica curiosa. "Onde, pois, tens a água viva?" (4:11). Para Jesus, é o "dom de Deus". Para ela era "aquela" água. Jesus está pensando espiritualmente S sobre o pecado dela e a necessidade do perdão. Ela está pensando fisicamente, querendo a água que satisfará para sempre a sua sede (4:15). Muito humano. Mas ele despertou uma curiosidade nela a ponto de fazer perguntas. É exatamente o que todo bom professor procura fazer. E os que realmente buscam a verdade corresponderão. "És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai" (4:12). A resposta de Jesus é "sim", mas não o disse diretamente. Responde de modo que a faz pensar. "Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água . . . será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (4:14). Aproveitando a curiosidade que despertou nela, ele se volta noutra direção. "Vai, chama teu marido" (4:16). Vamos aprender algo aqui. Ensinar bem não é só falar. Para ensinar bem é necessário que o aluno descubra "a verdade" por si só. Jesus poderia ter evitado toda essa "confusão" sobre a água da vida se simplesmente tivesse falado claramente. Mas não fez isso. Os que estão aprendendo têm uma responsabilidade. Jesus está trabalhando. Está preparando o terreno S deixando-o pronto para o plantio. Essa mulher precisa ver a necessidade dela e ver "quem" ele é (4:10). É exatamente o que todos nós devemos perceber. Não basta levar as pessoas ao batistério. Elas precisam ver o pecado "delas" e a necessidade que "elas" têm de ser perdoadas, e que Jesus é o Salvador que pode e que vai satisfazer essa necessidade. Quanto ao marido, a mulher declara não ter nenhum. Jesus agrada-se da resposta verdadeira e diz: "Cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido" (4:18). A percepção dela é rápida. "Vejo que tu és profeta" (4:19) S não "o profeta", mas "profeta". Ainda não chegou lá, mas está aprendendo. Ela faz uma declaração sobre a adoração. Manifesta a necessidade que ela vê em sua própria vida de adorar e adorar corretamente. O começo da conversão consiste em reconhecer que necessitamos de Deus. O bom ensino levou-a a expressar isso. A resposta de Jesus lhe fez dizer "Eu sei . . . que há de vir o Messias . . . quando ele vier . . ." (4:25). Mulher, ele está bem diante de você! Quantas vezes deixamos de ver o óbvio. Mas ela o disse, e agora é a vez de Jesus. "Eu o sou, eu que falo contigo" (4:26). Nesse momento retornam os discípulos, e ela, esquecendo o balde, volta entusiasmada para Sicar, anunciando a todos: "Vinde comigo e vede . . . Será este, porventura, o Cristo?!" (4:29). Ele não é mais apenas "profeta"! O Senhor não está mais preocupado com a comida. A oportunidade de ensinar supera qualquer cansaço, satisfaz mais que comer, não é nenhum fardo (4:34). Ele está radiante! "Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa?" Antes, "erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa" (4:35). Ele diz aos discípulos que retornavam que não é hora de se preocuparem em encher o estômago. Prioridades! E lhes diz mais alguma coisa. Não importa quem semeia e quem colhe. A colheita do evangelho é um esforço conjunto. Apenas se alegre de fazer parte dele (4:36-38). Assim vieram os samaritanos. E ouviram. E creram, "porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo" (4:40-42). Muitas coisas aconteceram no poço aquele dia S coisas com que Jacó e José só poderiam "sonhar" (Gênesis 28:10-17; 37:1-11; 49:22-26)! - por Ronny E. Hinds |
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