Na Segunda Epístola de Paulo a Timóteo 3.16 está escrito: “toda escritura é divinamente inspirada…”. Esta declaração fortalece o fato de que as Escrituras têm sua origem sobrenatural e, portanto, elas são infalível Palavra de Deus. Quando não havia Palavra de Deus escrita, o Todo-Poderoso revelava-se verbalmente às suas criaturas na terra.
Nestes tempos remotos, conforme registros do Antigo Testamento, o Senhor comunicava-se com o homem verbalmente. Tanto é que lá no Éden, Ele foi quem advertiu o homem para que não comesse do fruto da “árvore da ciência do bem e do mal” (Gênesis 2.17). Porém o não cumprimento da ordem Divina acarretou o drástico fim da comunhão entre Deus e sua principal criatura.
Mas Deus passou a dar ordem aos homens para que escrevesse num livro as orientações a seu sucessor. Primeiro foi Moisés: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué” (Êxodo 17.14). E a Bíblia afirma que ele “escreveu todas as palavras do Senhor (Êxodo 24.4), além de guardar o livro da Lei “ao lado da arca do concerto do Senhor” (Deuteronômio 31.26).
Daí surgiu à lista de livros contidos nas Escrituras, o cânon, a lista dos escritos reconhecidos pela igreja como documentos de revelação divina. Em grego isso significa uma régua, uma vara reta usada como régua (Ezequiel 40.3). Mas desse uso veio o outro sentido que a palavra tem em português – “regra” ou “padrão” (Gálatas 6.16; Filipenses 3.16). Aplicado a Bíblia, cânon é o conjunto de livros inspirados por Deus que transmitem a vontade do Eterno para sua igreja, regulamentando a vida e a conduta da fé dos cristãos. Os chamados “livros canônicos” da Bíblia, foram reunidos ao longo de 1600 anos de forma especial e harmônica.
A definição mais simples, porém direta e forte, que encontramos das Escrituras Sagradas é esta: A Bíblia é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Infelizmente, nem todos os teólogos aceitam a ortodoxia deste conceito. Porém o pregador naturalmente precisa de um bom texto para cada sermão que prega. E acima de tudo, precisa ter a Bíblia como sendo de fato a Palavra de Deus. Ela não se limita a conter a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus. E ela também não se torna a Palavra de Deus, ela é e sempre será a Palavra de Deus (2 Timóteo 3.16).
O texto tem sido definido como “a passagem bíblica que serve de base para o sermão”. Mas de forma ampla, a palavra latina texere, de onde deriva a palavra texto, tem um significa essencial para o entendimento da importância do texto bíblico para o sermão. Ela quer dizer “tecer”, “construir”, “reunir”, “compor”, etc. Essa passagem deve “reunir” a ideia central do sermão. Ou seja, o ensinamento básico da exegese bíblica, a interpretação profunda de um texto bíblico, é que nunca se deve tomar um texto somente por pretexto, e logo esquecer dele.
Sem dúvida alguma, a escolha do texto é de grande importância. Quando acerta na escolha do texto os ouvintes prestam melhor atenção às suas palavras. É uma questão de comunicação. Isso mesmo! A questão da escolha do texto é uma questão de saber se comunicar.
A palavra Comunicação tem um enfoque etimológico que apresenta a derivação do latim “communis”, “communicare”, cujo significado é tornar comum, comunhão, comunidade, partilhar, associar, etc. Com esse mesmo sentido temos a palavra propaganda, que deriva de propagar (do latim propagare) e é definida pela maioria dos dicionários como “propagação de princípios e teorias”. Com esse significado, foi introduzida pela Igreja Católica, quando o Papa Clemente VIII fundou, em 1597, a Congregação da Propaganda, com o objetivo de propagar a fé católica pelo mundo.
Por isso quanto mais o pregador estudar sobre o texto do sermão, mais preparado ele estará para transmitir a inerrante Palavra de Deus. O texto não deve ser extenso demais, entre 2 a 3 versículos no máximo, o assunto ou tema do sermão deve estar de acordo com o texto e principalmente textos objetivos, com situações similares a atual.
(Auxílio bibliográfico: José da Silva Um Pregador Leigo, por Jerry Stanley Key, 7ª edição – Editora JUERP; Comentário Bíblico Africano, por Adeyemo – Editora Mundo Cristão; O Cânon das Escrituras, por F.F. Bruce – Editora Hagnos; O Deus do Livro e o Livro de Deus, Lições Bíblicas, 4º Trimestre de 2008 – Editora CPAD; Manual Bíblico – Entendendo a Bíblia – Editora CPAD; Manual para Pregadores Leigos, por João Siqueira – Coleção PensarCristão; A Mensagem do Antigo Testamento, por Mark Dever – Editora CPAD; Dicionário Aurélio; Dicionário Bíblico Vine – Editora CPAD; Erros e Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar, por Ciro Zibordi – CPAD)
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