O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro Santiago, está sendo investigado por crime eleitoral por promover um evento em apoio a um candidato a senador durante as eleições de 2010. Por essa prática, o pastor pode receber multa de R$200 mil.
Durante o evento, que aconteceu no Espaço Alternativo de Rolim de Moura, em Rondônia, Santiago teria apresentado o então candidato ao Senado, Ivo Cassol (ex-governador do Estado), como representante da “obra de Deus”. Transmitido pela TV e pela Internet na época, o evento foi configurado como crime eleitoral, e está sendo investigado na Representação Eleitoral N. 2653-08.2010.6.22.0000.
O showmício foi realizado pela Igreja Mundial mesmo após receber uma recomendação, emitida pela Procuradoria Regional Eleitoral do estado, orientando a todos os segmentos religiosos que não fizessem propaganda eleitoral para candidatos, e alertando sobre as consequências do descumprimento de tal recomendação.
A Procuradoria afirmou que Santiago pediu ao público de mais de dez mil pessoas que votassem naqueles candidatos, dizendo que eles eram “obra de Deus” e seus amigos.
De acordo como o Tudo Rondônia, na Representação, o Ministério Público Eleitoral pede a cassação de diploma de todos os envolvidos, cassação de seus registros, que sejam declaradas suas inelegibilidades e aplicação de multas. Além de Cassol e Valdemiro foram denunciados, o ex-diretor-geral do DETRAN, Joarez Jardim, o ex-deputado estadual Tiziu Jidalias, os suplentes de senador Reditário Cassol, e Odacir soares, e o ex-vice-governador João Cahúlla. A Procuradoria pede também que Valdemiro Santiago seja multado em duzentos mil reais.
Para o procurador regional eleitoral, Heitor Soares, a atitude de Valdemiro Santiago é grave porque “baseada no argumento da fé religiosa, da crença das pessoas, abusou-se do poder de autoridade religiosa e da própria liberdade religiosa, garantida constitucionalmente, em prol de candidatos, como se estes fossem – com a benção e as palavras de fé – representantes de Deus na Terra”.
O PRE/RO afirmou ainda que “a atitude de abençoar os candidatos, fazendo referências claras a qualidade de agentes públicos e da estreita relação de amizade entre o líder religioso e os candidatos, é, indubitavelmente, fator de desequilíbrio na disputa eleitoral. Abusando da prerrogativa do ministério religioso, verdadeiro poder de autoridade, o pastor Valdomiro se empenhou fortemente na campanha eleitoral dos candidatos ali presentes”, o que é considerado crime eleitoral.
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