A autoridade da Bíblia
Nota: AT = Antigo Testamento ; NT= Novo Testamento
EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA
A autoridade da Escritura significa que todas as palavras da Escritura são palavras de Deus de tal modo que descrer ou desobedecer a qualquer palavra da Escritura é descrer ou desobedecer a Deus.
Essa definição pode agora ser examinada em suas várias partes.
Todas as palavras na Escritura são palavras de Deus.
Essa definição pode agora ser examinada em suas várias partes.
Todas as palavras na Escritura são palavras de Deus.
1. Isso é o que a Bíblia declara sobre si própria.
Há freqüentes declarações na Bíblia de que todas as palavras da Escritura são palavras de Deus (assim como palavras que foram escritas por homens). No AT, isso é muitas vezes visto na frase introdutória “Assim diz O SENHOR”, que aparece centenas de vezes. No mundo do AT, essa frase teria sido reconhecida como idêntica na forma à frase “Assim diz o rei...”, que era usada para prefaciar o edito de um rei aos seus súditos, um edito que não poderia ser desafiado ou questionado, mas que simplesmente deveria ser obedecido. Portanto, quando os profetas dizem “Assim diz o SENHOR”, afirmam ser mensageiros do soberano Rei de Israel, a saber, o próprio Deus, e estão declarando que suas palavras são palavras totalmente plenas da autoridade de Deus. Quando o profeta falava no nome de Deus desse modo, cada palavra que ele falava tinha de proceder de Deus, ou ele seria um falso profeta (cf. Nm 22.38;Dt 18.18-20; Jr 1.9; 14.14; 23.16-22; 29.31,32; Ez 2.7; 13.1-16).
Além disso, é muitas vezes dito que Deus fala “por meio” do profeta (1 Rs 14.18; 16.12,34; 2Rs 9.36; 14.25; Jr 37.2; Zc 7.7, 12).Assim, o que o profeta diz em nome de Deus é Deus quem diz (1 Rs 13.26 com v.21; lRs 21.19 com 2Rs 9.25,26;Ag 1.12; cf. lSm 15.3, l8).Nesses e em outros exemplos no AT, as palavras que os profetas falavam podem ser também referidas como as palavras que o próprio Deus falou. Portanto, descrer ou desobedecer a qualquer coisa que o profeta diz é descrer ou desobedecer ao próprio Deus (Dt 18.19; lSm 10.8; 13.13,14; 15.3,19,23; 1 Rs 20.35,36).
Esses versículos, por si mesmos, não afirmam que todas as palavras no AT sejam palavras de Deus, porque em si mesmos estão se referindo somente a seções específicas de palavras faladas ou escritas no AT. Por força cumulativa dessas palavras, incluindo as centenas de passagens que começam com “Assim diz o Senhor”, deve ficar demonstrado que dentro do AT temos registros escritos de palavras que são consideradas as próprias palavras de Deus. Essas palavras constituem largas porções do AT. Quando percebemos que todas as palavras que faziam parte do “Livro da Lei de Deus” ou do “Livro da Aliança” foram consideradas palavras de Deus, vemos que a totalidade do AT afirma essa espécie de autoridade (v. Êx 24.7; Dt 29.21; 31.24-26; Is 24.26; lSm 10.25; 2Rs 23.2,3).
No NT, várias passagens indicam que todas as palavras dos escritos do AT são consideradas palavras de Deus. 2Timotéo 3.16 diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”. Aqui “Escritura” (gr. graphē)’ deve se referir aos escritos do AT, porque é a eles que a palavra graphē se refere em cada uma das suas 55 ocorrências no NT. Além disso, é às “Sagradas Letras” do AT que Paulo se referiu anteriormente no versículo 15.
Paulo aqui afirma que todos os escritos do AT são theopneustos, inspirados por Deus. Visto que são escritos que foram “inspirados”, essa inspiração deve ser entendida como metáfora de falar as palavras da Escritura. Esse versículo, dessa maneira, afirma brevemente o que era evidente em muitas passagens do AT: OS escritos do AT são considerados Palavra de Deus em forma escrita. Pois Deus é quem falou (e ainda fala) cada palavra do AT, embora tenha usado agentes humanos para registrar essas palavras.
Indicação similar do caráter dos escritos do AT como palavras de Deus é encontrada em 2Pedro 1.21. Falando das profecias da Escritura (v. 20), que significa ao menos as Escrituras do AT as quais Pedro encoraja seus leitores a prestar atenção cuidadosa (v. 19), Pedro diz que nenhuma dessas profecias jamais “teve origem na vontade humana”, mas que “homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”. Não é a intenção de Pedro negar completamente o papel da volição ou da personalidade humana ao escrever a Escritura (ele diz que homens “falaram”), mas, em vez disso, sua intenção foi dizer que a fonte suprema de cada profecia não foi a decisão do homem a respeito do que ele queria escrever, mas, antes, a ação do Espírito Santo na vida do profeta, cumprida de modos não especificados aqui (ou, de fato, em nenhuma parte da Escritura). Isso indica a crença de que todas as profecias do AT (e, à luz dos v. 19 e 20, provavelmente inclua toda a Escritura registrada do AT) são consideradas “procedentes de Deus”: a saber, elas são as próprias palavras de Deus.
Além disso, é muitas vezes dito que Deus fala “por meio” do profeta (1 Rs 14.18; 16.12,34; 2Rs 9.36; 14.25; Jr 37.2; Zc 7.7, 12).Assim, o que o profeta diz em nome de Deus é Deus quem diz (1 Rs 13.26 com v.21; lRs 21.19 com 2Rs 9.25,26;Ag 1.12; cf. lSm 15.3, l8).Nesses e em outros exemplos no AT, as palavras que os profetas falavam podem ser também referidas como as palavras que o próprio Deus falou. Portanto, descrer ou desobedecer a qualquer coisa que o profeta diz é descrer ou desobedecer ao próprio Deus (Dt 18.19; lSm 10.8; 13.13,14; 15.3,19,23; 1 Rs 20.35,36).
Esses versículos, por si mesmos, não afirmam que todas as palavras no AT sejam palavras de Deus, porque em si mesmos estão se referindo somente a seções específicas de palavras faladas ou escritas no AT. Por força cumulativa dessas palavras, incluindo as centenas de passagens que começam com “Assim diz o Senhor”, deve ficar demonstrado que dentro do AT temos registros escritos de palavras que são consideradas as próprias palavras de Deus. Essas palavras constituem largas porções do AT. Quando percebemos que todas as palavras que faziam parte do “Livro da Lei de Deus” ou do “Livro da Aliança” foram consideradas palavras de Deus, vemos que a totalidade do AT afirma essa espécie de autoridade (v. Êx 24.7; Dt 29.21; 31.24-26; Is 24.26; lSm 10.25; 2Rs 23.2,3).
No NT, várias passagens indicam que todas as palavras dos escritos do AT são consideradas palavras de Deus. 2Timotéo 3.16 diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”. Aqui “Escritura” (gr. graphē)’ deve se referir aos escritos do AT, porque é a eles que a palavra graphē se refere em cada uma das suas 55 ocorrências no NT. Além disso, é às “Sagradas Letras” do AT que Paulo se referiu anteriormente no versículo 15.
Paulo aqui afirma que todos os escritos do AT são theopneustos, inspirados por Deus. Visto que são escritos que foram “inspirados”, essa inspiração deve ser entendida como metáfora de falar as palavras da Escritura. Esse versículo, dessa maneira, afirma brevemente o que era evidente em muitas passagens do AT: OS escritos do AT são considerados Palavra de Deus em forma escrita. Pois Deus é quem falou (e ainda fala) cada palavra do AT, embora tenha usado agentes humanos para registrar essas palavras.
Indicação similar do caráter dos escritos do AT como palavras de Deus é encontrada em 2Pedro 1.21. Falando das profecias da Escritura (v. 20), que significa ao menos as Escrituras do AT as quais Pedro encoraja seus leitores a prestar atenção cuidadosa (v. 19), Pedro diz que nenhuma dessas profecias jamais “teve origem na vontade humana”, mas que “homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”. Não é a intenção de Pedro negar completamente o papel da volição ou da personalidade humana ao escrever a Escritura (ele diz que homens “falaram”), mas, em vez disso, sua intenção foi dizer que a fonte suprema de cada profecia não foi a decisão do homem a respeito do que ele queria escrever, mas, antes, a ação do Espírito Santo na vida do profeta, cumprida de modos não especificados aqui (ou, de fato, em nenhuma parte da Escritura). Isso indica a crença de que todas as profecias do AT (e, à luz dos v. 19 e 20, provavelmente inclua toda a Escritura registrada do AT) são consideradas “procedentes de Deus”: a saber, elas são as próprias palavras de Deus.
Muitas outras palavras poderiam ser citadas (v. Mt 19.5; Lc 1.70; 24.25; lo 5.45-47; At 3.18,21; 4.25; 13.47; 28.25; Rm 1.2; 3.2; 9.17; lCo 9.8-10; Hb 1.1,2,6,7), mas o padrão de atribuir a Deus as palavras da Escritura do AT deve estar muito claro. Além do mais, em diversos lugares, todas as palavras dos profetas ou as palavras da Escritura do AT levam a essa crença ou nos compelem a crer que são de Deus (v. Lc 24.25,27,44; At 3.18; 24.14; Rm 15.4).
Mas, se Paulo estava se referindo somente aos escritos do AT quando falou de “toda a Escritura” como soprada por Deus em 2Timóteo 3.16, como pode esse versículo ser aplicado aos escritos do NT também? Será que esse versículo diz alguma coisa a respeito do caráter dos escritos do NT? Para responder a essas perguntas, devemos perceber que a palavra grega graphē (“escritura”) era o termo técnico para os escritores do NT e possuía um sentido altamente especializado. Embora ela seja usada 55 vezes no NT, em cada uma delas ela se refere aos escritos do AT, não a quaisquer outras palavras ou escritos fora do cânon da Escritura. Assim, cada coisa que pertencia à categoria “escritura” tinha o caráter de ser “soprada por Deus”: suas palavras eram as verdadeiras palavras de Deus.
Mas em dois lugares no NT vemos os escritos do NT também serem chamados “Escritura” juntamente com os escritos do AT. Em 2Pedro 3.15,16, Pedro diz: “Tenham em mente que a paciência de nosso Senhor significa salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, com a sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos. Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles”.
Aqui Pedro mostra não somente a consciência da existência de cartas escritas de Paulo, mas também a clara disposição de classificar equivalentemente “todas as suas [de Paulo] cartas” com “as demais Escrituras”. Isso é a indicação de que muito cedo na história da igreja todas as cartas de Paulo foram consideradas palavras de Deus em forma escrita no mesmo sentido que os textos escritos do AT. Semelhantemente, em lTimóteo 5.18, Paulo escreve: “... pois a Escritura diz: ‘Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal’, e ‘o trabalhador merece o seu salário”’. A primeira citação vem de Deuteronômio 25.4, mas a segunda não ocorre em nenhum lugar do AT. ao contrário, a citação de Lucas 10.7. Paulo aqui cita as palavras de Jesus conforme encontradas no evangelho de Lucas e as chama “Escritura”.
Essas duas passagens tomadas juntas indicam que durante o tempo do registro dos documentos do NT havia a consciência de que adições foram sendo feitas a essa categoria especial de escritos chamada “escritura”, escritos que tinham o mesmo caráter das verdadeiras palavras de Deus. Assim, uma vez estabelecido que os escritos do NT pertencem à categoria especial de “escritura”, estamos certos em aplicar 2Timóteo 3.16 igualmente àqueles escritos e em dizer que aqueles escritos também possuem a característica que Paulo atribui a “toda a Escritura”: ela é “soprada por Deus”, e todas as suas palavras são as verdadeiras palavras de Deus.
Existe evidência adicional de que os escritores do NT pensaram em seus escritos (não apenas os do AT) como as palavras de Deus? Em alguns casos, há. Em lCoríntios 14.37, Paulo diz: “Se alguém pensa que é profeta ou espiritual, reconheça que o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor”. Aqui Paulo instituiu regras para a adoração na igreja de Corinto e exigiu que fossem reconhecidas por “mandamento do Senhor”.
Alguém poderia pensar que Paulo achava que suas ordens fossem inferiores às de Jesus Cristo e, portanto, não precisavam ser cuidadosamente obedecidas. Por exemplo, em 1 Coríntios 7.12, ele distingue suas palavras das de Jesus: “Aos outros, eu mesmo digo isto, não o Senhor...”. Isso, contudo, simplesmente significa que ele não tinha conhecimento de nenhuma palavra dita aqui na terra que Jesus houvesse falado sobre o assunto. Podemos perceber que esse é o caso, porque nos versículos 10 e 11 ele simplesmente repetiu o ensino terreno de Jesus de que “a esposa não se separe do seu marido” e “o marido não se divorcie da sua mulher”. Nos versículos de 12 a 15, contudo, Paulo dá as suas instruções acerca de um assunto sobre o qual aparentemente Jesus não falara nada. O que dera a Paulo o direito de agir assim? Paulo diz que falou “como alguém que, pela misericórdia de Deus, é digno de confiança” (lCo 7.25). Ele parece sugerir aqui que seus julgamentos deviam ser considerados como cheios de autoridade, como as ordenanças de Jesus!
Indicações de idéias semelhantes dos escritos do NT são encontrados em João 14.26 e 16.13, onde Jesus prometeu que o Espírito Santo haveria de trazer à lembrança dos discípulos tudo o que ele lhes havia dito e que os guiaria a toda a verdade. Isso aponta para a obra do Espírito de capacitar os discípulos a se lembrarem e registrarem sem erro tudo o que Jesus havia dito. Indicações semelhantes são encontradas também em 2Pedro 3.2; lCoríntios 2.13; 1Tessalonicenses 4.15 e Apocalipse 22.18,19.
2. Ficamos convencidos das declarações da Bíblia de ser a Palavra de Deus à medida que a lemos.
Uma coisa é afirmar que a Bíblia alega ser as palavras de Deus; outra coisa é ser convencido de que essa alegação é verdadeira. Nossa convicção suprema de que as palavras da Bíblia são palavras de Deus vem somente quando o Espírito Santo fala em e por meio das palavras da Bíblia ao nosso coração e nos dá a certeza interior de que essas são as palavras do Criador para nós. Sem a obra do Espírito de Deus, a pessoa nunca receberá ou aceitará a verdade de que as palavras da Bíblia são de fato as palavras de Deus.
Mas para aqueles em quem o Espírito de Deus está operando, há o reconhecimento de que as palavras da Bíblia são as palavras de Deus. Esse processo é intimamente análogo ao qual as pessoas que criam em Jesus sabiam que as palavras dele eram verdadeiras. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27). Os que são ovelhas de Cristo ouvem as palavras de Cristo, o grande Pastor delas, da mesma maneira que lêem as palavras da Escritura, e se convencem de que essas palavras são, de fato, as palavras do seu Senhor.
É importante lembrar que essa convicção de que as palavras da Escritura são as palavras de Deus não vem separada das palavras da Escritura ou em acréscimo às palavras da Escritura. Não é que o Espírito Santo cochiche em nosso ouvido, dizendo: ”Você vê aquela Bíblia sobre a sua escrivaninha? Eu quero que você saiba que as palavras daquela Bíblia são as palavras de Deus”. Ao contrário, enquanto as pessoas lêem a Escritura é que percebem que o livro que estão lendo é diferente de qualquer outro livro, que ele é de fato o livro que contém as próprias palavras de Deus falando ao coração delas.
Um movimento teológico influente no século XX foi chamado de neo-ortodoxia. O representante mais importante desse movimento foi o teólogo suíço Karl Barth (1886-1968). Embora muitos de seus escritos tenham proporcionado uma reafirmação bem-vinda dos ensinos da Bíblia, em distinção da incredulidade da teologia liberal da Alemanha, Barth não chegou a afirmar que todas as palavras da Bíblia são as palavras de Deus no sentido em que temos argumentado aqui. Ao contrário, ele disse que as palavras da Escritura tornam-se as palavras de Deus para nós à medida que nos encontramos com elas. Essa foi a razão primária por que os evangélicos não puderam apoiar completamente a neo-ortodoxia de Barth, embora tivessem apreciado muitas das coisas que ele ensinou isoladamente.
Mas para aqueles em quem o Espírito de Deus está operando, há o reconhecimento de que as palavras da Bíblia são as palavras de Deus. Esse processo é intimamente análogo ao qual as pessoas que criam em Jesus sabiam que as palavras dele eram verdadeiras. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10.27). Os que são ovelhas de Cristo ouvem as palavras de Cristo, o grande Pastor delas, da mesma maneira que lêem as palavras da Escritura, e se convencem de que essas palavras são, de fato, as palavras do seu Senhor.
É importante lembrar que essa convicção de que as palavras da Escritura são as palavras de Deus não vem separada das palavras da Escritura ou em acréscimo às palavras da Escritura. Não é que o Espírito Santo cochiche em nosso ouvido, dizendo: ”Você vê aquela Bíblia sobre a sua escrivaninha? Eu quero que você saiba que as palavras daquela Bíblia são as palavras de Deus”. Ao contrário, enquanto as pessoas lêem a Escritura é que percebem que o livro que estão lendo é diferente de qualquer outro livro, que ele é de fato o livro que contém as próprias palavras de Deus falando ao coração delas.
Um movimento teológico influente no século XX foi chamado de neo-ortodoxia. O representante mais importante desse movimento foi o teólogo suíço Karl Barth (1886-1968). Embora muitos de seus escritos tenham proporcionado uma reafirmação bem-vinda dos ensinos da Bíblia, em distinção da incredulidade da teologia liberal da Alemanha, Barth não chegou a afirmar que todas as palavras da Bíblia são as palavras de Deus no sentido em que temos argumentado aqui. Ao contrário, ele disse que as palavras da Escritura tornam-se as palavras de Deus para nós à medida que nos encontramos com elas. Essa foi a razão primária por que os evangélicos não puderam apoiar completamente a neo-ortodoxia de Barth, embora tivessem apreciado muitas das coisas que ele ensinou isoladamente.
3. Outra evidência é útil, mas não totalmente convincente.
A seção anterior não foi proposta para negar a validade de outras espécies de argumentos que podem ser usados para dar apoio à declaração de que a Bíblia é o conjunto das palavras de Deus. É útil para nós aprendermos que a Bíblia é historicamente precisa, internamente coerente, que contém profecias que foram cumpridas centenas de anos mais tarde, que influenciou o curso da história humana mais que qualquer outro livro, que continua a mudar a vida de milhões de indivíduos ao longo de toda a história, que por meio dela pessoas têm encontrado a salvação, que ela tem uma beleza majestosa e uma profundidade muito grande de ensino não alcançada por nenhum outro livro, e que ela afirma centenas de vezes que suas palavras são as palavras de Deus. Todos esses argumentos são úteis para nós e removem obstáculos que poderiam, de outra forma, aparecer no caminho de nossa fé na Escritura. Mas todos eles, tomados individualmente ou em conjunto, não podem convencer de forma final. É isso que a Confissão de é de Westminster de 1643-1646 diz:
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a majestade de seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e a certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra, e com a palavra testifica em nosso coração. (I,V)
Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a majestade de seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão e a certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra, e com a palavra testifica em nosso coração. (I,V)
4. As palavras da Escritura são autotestificadoras.
Visto que as palavras da Escritura são “autotestificadoras”, não se pode “provar” que elas são as palavras de Deus no apelo a uma autoridade superior. Se apelarmos, por exemplo, à lógica humana ou à verdade científica para provar que a Bíblia é a Palavra de Deus, então presumimos que a autoridade à qual apelamos é superior às próprias palavras de Deus ou que é mais verdadeiro ou mais confiável. Portanto, a autoridade suprema pela qual a Escritura demonstra ser a Palavra de Deus deve ser a própria Escritura.
5. Objeção: esse é um argumento circular.
Alguém pode objetar que dizer que a própria Escritura demonstra ser as palavras de Deus é um argumento circular: Cremos que a Escritura é a Palavra de Deus porque ela alega isso. E cremos em sua alegação porque a Escritura é a Palavra de Deus. E cremos que ela é a Palavra de Deus porque ela o diz, e assim por diante.
Deve-se admitir que esse é uma espécie de argumento circular. Contudo, isso não torna o seu uso inválido, pois todos os argumentos para uma autoridade absoluta devem apelar supremamente para aquela autoridade a fim de que seja provada; de outra forma, a autoridade não seria uma autoridade absoluta ou superior. Esse problema não é exclusivo do cristão que está argumentando pela autoridade da Bíblia. Qualquer pessoa, implícita ou explicitamente, usa alguma espécie de argumento circular quando defende sua autoridade suprema para provar qualquer crença.
Alguns poucos exemplos simples ilustrarão os tipos de argumento circular que as pessoas usam para dar apoio às bases de suas crenças:
Minha razão é a autoridade suprema porque isso me parece razoável.
A coerência lógica é minha autoridade suprema porque é lógico agir assim.
As descobertas das experiências sensoriais dos homens são a autoridade suprema para descobrir o que é real e o que não é, porque nossos sentidos nunca descobriram outra coisa mais: assim, a experiência sensória do homem me diz que o meu princípio é verdadeiro.
Cada um desses argumentos utiliza um raciocínio circular para estabelecer um padrão definitivo para comprovar a verdade.
Como então o cristão ou qualquer outra pessoa pode escolher entre as várias reivindicações de autoridade absoluta? De modo definitivo, a veracidade da Bíblia recomenda a si mesma como muito mais persuasiva que outros livros religiosos (como o Livro de Mórmon ou o Alcorão) ou mais que outras construções intelectuais da mente humana (como lógica, razão humana, experiência sensória, metodologia científica etc.). Será que ela é mais persuasiva porque, na real experiência da vida, todas essas outras candidatas a autoridade suprema são vistas como incoerentes ou como tendo defeitos que as desqualificam, ao passo que a Bíblia será vista como estando de pleno acordo com tudo o que sabemos a respeito do mundo ao nosso redor, a respeito de nós mesmos e a respeito de Deus?
A Bíblia recomenda-se a si mesma como persuasiva desse modo, isto é, se estamos pensando corretamente sobre a natureza da realidade, sobre nossa percepção dela e de nós próprios, e sobre nossa percepção de Deus. O problema é que, por causa do pecado, nossa percepção e análise de Deus e da criação são imperfeitas. Portanto, ela requer a obra do Espírito Santo, vencendo os efeitos do pecado, para capacitar-nos a sermos persuadidos de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus e que a afirmação que ela faz de si mesma é verdadeira.
Em outro sentido, portanto, o argumento da Bíblia como a Palavra de Deus e nossa autoridade suprema não é um típico argumento circular. Esse processo de persuasão é talvez mais comparável a uma espiral na qual o crescente conhecimento da Escritura e o crescente entendimento correto de Deus e da criação tendem a suplementar um ao outro de modo harmonioso, cada um tendendo a confirmar a precisão do outro. Isso não é o mesmo que dizer que o nosso conhecimento do mundo ao redor serve como autoridade maior que a Escritura, mas, ao contrário, que tal conhecimento, se é o conhecimento correto, continua a dar uma certeza maior e melhor, além de uma convicção mais profunda, de que a Bíblia é a autoridade única e verdadeiramente suprema, e que outras afirmações competidoras de autoridade suprema são falsas.
Deve-se admitir que esse é uma espécie de argumento circular. Contudo, isso não torna o seu uso inválido, pois todos os argumentos para uma autoridade absoluta devem apelar supremamente para aquela autoridade a fim de que seja provada; de outra forma, a autoridade não seria uma autoridade absoluta ou superior. Esse problema não é exclusivo do cristão que está argumentando pela autoridade da Bíblia. Qualquer pessoa, implícita ou explicitamente, usa alguma espécie de argumento circular quando defende sua autoridade suprema para provar qualquer crença.
Alguns poucos exemplos simples ilustrarão os tipos de argumento circular que as pessoas usam para dar apoio às bases de suas crenças:
Minha razão é a autoridade suprema porque isso me parece razoável.
A coerência lógica é minha autoridade suprema porque é lógico agir assim.
As descobertas das experiências sensoriais dos homens são a autoridade suprema para descobrir o que é real e o que não é, porque nossos sentidos nunca descobriram outra coisa mais: assim, a experiência sensória do homem me diz que o meu princípio é verdadeiro.
Cada um desses argumentos utiliza um raciocínio circular para estabelecer um padrão definitivo para comprovar a verdade.
Como então o cristão ou qualquer outra pessoa pode escolher entre as várias reivindicações de autoridade absoluta? De modo definitivo, a veracidade da Bíblia recomenda a si mesma como muito mais persuasiva que outros livros religiosos (como o Livro de Mórmon ou o Alcorão) ou mais que outras construções intelectuais da mente humana (como lógica, razão humana, experiência sensória, metodologia científica etc.). Será que ela é mais persuasiva porque, na real experiência da vida, todas essas outras candidatas a autoridade suprema são vistas como incoerentes ou como tendo defeitos que as desqualificam, ao passo que a Bíblia será vista como estando de pleno acordo com tudo o que sabemos a respeito do mundo ao nosso redor, a respeito de nós mesmos e a respeito de Deus?
A Bíblia recomenda-se a si mesma como persuasiva desse modo, isto é, se estamos pensando corretamente sobre a natureza da realidade, sobre nossa percepção dela e de nós próprios, e sobre nossa percepção de Deus. O problema é que, por causa do pecado, nossa percepção e análise de Deus e da criação são imperfeitas. Portanto, ela requer a obra do Espírito Santo, vencendo os efeitos do pecado, para capacitar-nos a sermos persuadidos de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus e que a afirmação que ela faz de si mesma é verdadeira.
Em outro sentido, portanto, o argumento da Bíblia como a Palavra de Deus e nossa autoridade suprema não é um típico argumento circular. Esse processo de persuasão é talvez mais comparável a uma espiral na qual o crescente conhecimento da Escritura e o crescente entendimento correto de Deus e da criação tendem a suplementar um ao outro de modo harmonioso, cada um tendendo a confirmar a precisão do outro. Isso não é o mesmo que dizer que o nosso conhecimento do mundo ao redor serve como autoridade maior que a Escritura, mas, ao contrário, que tal conhecimento, se é o conhecimento correto, continua a dar uma certeza maior e melhor, além de uma convicção mais profunda, de que a Bíblia é a autoridade única e verdadeiramente suprema, e que outras afirmações competidoras de autoridade suprema são falsas.
6. Isso não significa ditado de Deus como o único meio de comunicação.
Neste momento é necessária uma palavra de advertência. O fato de que todas as palavras da Escritura são as palavras de Deus não deve nos levar a pensar que Deus ditou cada palavra da Escritura aos autores humanos.
Quando dizemos que todas as palavras da Bíblia são as palavras de Deus, estamos falando a respeito do resultado do processo que trouxe a Escritura à existência. A questão do ditado diz respeito ao processo que conduziu ao resultado ou à maneira pela qual Deus agiu a fim de assegurar o resultado que ele pretendia. Deve ser enfatizado que a Bíblia não fala de um único tipo de processo ou de uma única maneira pela qual Deus comunicou aos autores bíblicos o que ele queria que fosse dito. De fato, há indicação de uma grande variedade de processos que Deus usou para conseguir o resultado desejado.
Uns poucos exemplos esparsos de ditado são mencionados explicitamente na Escritura. Quando o apóstolo João viu o Senhor ressuscitado na visão na ilha de Patmos, Jesus lhe falou o seguinte:
“Ao anjo da igreja em Éfeso escreva” (Ap 2.1); “Ao anjo da igreja em Esmirna escreva” (Ap 2.8); “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva” (Ap 2.12). Esses são exemplos de puro e simples ditado. O Senhor ressuscitado diz a João o que escrever, e João escreve as palavras que ouve de Jesus.
Porém, em muitas outras seções da Escritura, tal ditado direto de Deus não é certamente a maneira pela qual as palavras da Escritura vieram à existência. O autor de Hebreus diz que Deus falou aos pais pelos profetas “muitas vezes e de várias maneiras” (Hb 1.1). Do outro lado do espectro do ditado temos, por exemplo, a pesquisa histórica ordinária que Lucas empreendeu para escrever seu evangelho. Ele diz: “Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo” (Lc 1.1-3).
Esse claramente não é o processo de ditado. Lucas usou o método comum de conversar com testemunhas oculares e obter dados históricos de forma que pudesse escrever sua narrativa precisa da vida e dos ensinos de Jesus. Fez a pesquisa histórica de maneira completa, ouvindo relatos de muitas testemunhas oculares e avaliando sua evidência cuidadosamente. O evangelho que escreveu enfatiza e reflete seu estilo característico de escrever.
Entre os dois extremos, do ditado por um lado e da pesquisa histórica ordinária por outro, temos muitas indicações de vários modos pelos quais Deus comunicou-se com os autores humanos da Escritura. Em alguns casos, a Escritura fala de sonhos, visões ou de ouvir a voz do Senhor. Em outros casos, ela fala de homens que estiveram com Jesus, observaram sua vida e ouviram seus ensinos, homens cuja lembrança dessas palavras e ações tornou-se completamente precisa pela operação do Espírito Santo, à medida que ele as trazia à memória deles (Jo 14.26). Ao que parece, muitos métodos diferentes foram usados, mas não é importante que descubramos exatamente quais foram eles em cada caso.
Em exemplos em que a personalidade humana e o estilo de escrever do autor estavam proeminentemente envolvidos, como parece ser o caso com a maior parte da Escritura, tudo o que somos capazes de dizer é que a superintendência e a direção providenciais de Deus na vida de cada autor foram de tal ordem que a personalidade e a habilidade deles foram exatamente o que Deus queria que fossem para a tarefa de escrever a Escritura. As origens e o treinamento deles (como a preparação rabínica de Paulo, a de Moisés na casa de Faraó ou o trabalho de Davi como pastor), a capacidade de avaliar eventos no mundo ao redor deles, o acesso que tinham a dados históricos, seu julgamento com relação à exatidão de informações e as circunstâncias individuais quando escreveram foram exatamente o que Deus queria que fossem. Assim, quando eles realmente chegaram a escrever, as palavras eram plenamente as suas próprias palavras, mas também eram plenamente as palavras que Deus queria que eles escrevessem, palavras que Deus também afirmaria serem suas.
Quando dizemos que todas as palavras da Bíblia são as palavras de Deus, estamos falando a respeito do resultado do processo que trouxe a Escritura à existência. A questão do ditado diz respeito ao processo que conduziu ao resultado ou à maneira pela qual Deus agiu a fim de assegurar o resultado que ele pretendia. Deve ser enfatizado que a Bíblia não fala de um único tipo de processo ou de uma única maneira pela qual Deus comunicou aos autores bíblicos o que ele queria que fosse dito. De fato, há indicação de uma grande variedade de processos que Deus usou para conseguir o resultado desejado.
Uns poucos exemplos esparsos de ditado são mencionados explicitamente na Escritura. Quando o apóstolo João viu o Senhor ressuscitado na visão na ilha de Patmos, Jesus lhe falou o seguinte:
“Ao anjo da igreja em Éfeso escreva” (Ap 2.1); “Ao anjo da igreja em Esmirna escreva” (Ap 2.8); “Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva” (Ap 2.12). Esses são exemplos de puro e simples ditado. O Senhor ressuscitado diz a João o que escrever, e João escreve as palavras que ouve de Jesus.
Porém, em muitas outras seções da Escritura, tal ditado direto de Deus não é certamente a maneira pela qual as palavras da Escritura vieram à existência. O autor de Hebreus diz que Deus falou aos pais pelos profetas “muitas vezes e de várias maneiras” (Hb 1.1). Do outro lado do espectro do ditado temos, por exemplo, a pesquisa histórica ordinária que Lucas empreendeu para escrever seu evangelho. Ele diz: “Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo” (Lc 1.1-3).
Esse claramente não é o processo de ditado. Lucas usou o método comum de conversar com testemunhas oculares e obter dados históricos de forma que pudesse escrever sua narrativa precisa da vida e dos ensinos de Jesus. Fez a pesquisa histórica de maneira completa, ouvindo relatos de muitas testemunhas oculares e avaliando sua evidência cuidadosamente. O evangelho que escreveu enfatiza e reflete seu estilo característico de escrever.
Entre os dois extremos, do ditado por um lado e da pesquisa histórica ordinária por outro, temos muitas indicações de vários modos pelos quais Deus comunicou-se com os autores humanos da Escritura. Em alguns casos, a Escritura fala de sonhos, visões ou de ouvir a voz do Senhor. Em outros casos, ela fala de homens que estiveram com Jesus, observaram sua vida e ouviram seus ensinos, homens cuja lembrança dessas palavras e ações tornou-se completamente precisa pela operação do Espírito Santo, à medida que ele as trazia à memória deles (Jo 14.26). Ao que parece, muitos métodos diferentes foram usados, mas não é importante que descubramos exatamente quais foram eles em cada caso.
Em exemplos em que a personalidade humana e o estilo de escrever do autor estavam proeminentemente envolvidos, como parece ser o caso com a maior parte da Escritura, tudo o que somos capazes de dizer é que a superintendência e a direção providenciais de Deus na vida de cada autor foram de tal ordem que a personalidade e a habilidade deles foram exatamente o que Deus queria que fossem para a tarefa de escrever a Escritura. As origens e o treinamento deles (como a preparação rabínica de Paulo, a de Moisés na casa de Faraó ou o trabalho de Davi como pastor), a capacidade de avaliar eventos no mundo ao redor deles, o acesso que tinham a dados históricos, seu julgamento com relação à exatidão de informações e as circunstâncias individuais quando escreveram foram exatamente o que Deus queria que fossem. Assim, quando eles realmente chegaram a escrever, as palavras eram plenamente as suas próprias palavras, mas também eram plenamente as palavras que Deus queria que eles escrevessem, palavras que Deus também afirmaria serem suas.
Portanto, descrer ou desobedecer a qualquer palavra da Escritura é descrer ou desobedecer a Deus.
A seção anterior argumentou que todas as palavras da Escritura são palavras de Deus. Conseqüentemente, descrer ou desobedecer a qualquer palavra da Escritura é descrer ou desobedecer ao próprio Deus.Assim, Jesus pôde repreender seus discípulos por não crerem nas Escrituras do AT (Lc 24.25: “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram!”). Os crentes devem guardar ou obedecer às palavras dos discípulos (Jo 15.20: “... Se obedeceram, à minha palavra, também obedecerão à de vocês”). Os cristãos são encorajados a lembrar-se do “mandamento de nosso Senhor e Salvador que os apóstolos de vocês lhes ensinaram” (2Pe 3.2). Desobedecer aos escritos de Paulo era tornar-se sujeito à disciplina da igreja, como a excomunhão (2Ts 3.14) e a punição espiritual (2Co 13.2,3), incluindo a punição de Deus (esse é o sentido evidente do verbo na voz passiva “será ignorado” em lCo 14.38). Por contraste, Deus se agrada de cada pessoa que “treme” diante da sua palavra (Is 66.2).
Ao longo de toda a história da igreja, os maiores pregadores têm sido os que reconheceram que não possuem autoridade vinda de si mesmos; sua tarefa tem sido a explicação das palavras da Escritura e a sua clara aplicação na vida de seus ouvintes. A pregação deles deriva seu poder não da proclamação de suas experiências cristãs ou das experiências de outros, nem de suas opiniões, idéias criativas ou habilidades retóricas, mas das poderosas palavras de Deus. Essencialmente, eles permaneceram no púlpito, apontaram para o texto bíblico e disseram de fato à sua congregação: “Isso é o que esse versículo quer dizer. Você também vê esse significado aqui? Então, você deve crer nele e obedecer a ele de todo o seu coração, porque o próprio Criador e Senhor está dizendo exatamente isso para você hoje!”. Somente as palavras escritas da Escritura podem dar essa espécie de autoridade à pregação.
Ao longo de toda a história da igreja, os maiores pregadores têm sido os que reconheceram que não possuem autoridade vinda de si mesmos; sua tarefa tem sido a explicação das palavras da Escritura e a sua clara aplicação na vida de seus ouvintes. A pregação deles deriva seu poder não da proclamação de suas experiências cristãs ou das experiências de outros, nem de suas opiniões, idéias criativas ou habilidades retóricas, mas das poderosas palavras de Deus. Essencialmente, eles permaneceram no púlpito, apontaram para o texto bíblico e disseram de fato à sua congregação: “Isso é o que esse versículo quer dizer. Você também vê esse significado aqui? Então, você deve crer nele e obedecer a ele de todo o seu coração, porque o próprio Criador e Senhor está dizendo exatamente isso para você hoje!”. Somente as palavras escritas da Escritura podem dar essa espécie de autoridade à pregação.
Autor: Wayne Grudem
Fonte: Teologia Sistemática do Autor; Ed. Vida Nova. Compre este livro em http://www.vidanova.com.br .
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