A veracidade da Escritura
Nota: AT = Antigo Testamento ; NT= Novo Testamento
1. Deus não pode mentir ou falar falsamente.
A essência da autoridade da Escritura é a sua capacidade de compelir-nos a crer nela e a obedecer-lhe, tornando tal crença e obediência equivalentes a crer e a obedecer ao próprio Deus. Porque as coisas são assim, é necessário considerar a veracidade da Escritura, pois, se pensamos que algumas partes da Escritura não são verdadeiras, naturalmente não seremos capazes de crer nelas.
Visto que os escritores bíblicos repetidamente afirmam que as palavras da Bíblia, embora humanas, são as próprias palavras de Deus, é apropriado olhar para os textos bíblicos que falam a respeito do caráter das palavras de Deus e aplicá-los ao caráter das palavras da Escritura. Especificamente falando, há certo número de passagens bíblicas que falam a respeito da veracidade da fala de Deus. Tito 1.2 declara que “Deus que não mente”. Porque Deus é um Deus que não pode falar mentiras, suas palavras são sempre confiáveis. Visto que toda a Escritura é falada por Deus, toda a Escritura deve ser verdadeira, como Deus o é. Não pode haver nada que não seja verdadeiro na Escritura. Hebreus 6.18 menciona duas coisas imutáveis (o juramento e a promessa de Deus) “nas quais é impossível que Deus minta”. Aqui o autor não diz meramente que Deus não mente, mas que é impossível para ele mentir. Embora a referência imediata seja somente o juramento e as promessas, se é impossível para Deus mentir nessas declarações, então certamente é impossível para ele mentir.
Visto que os escritores bíblicos repetidamente afirmam que as palavras da Bíblia, embora humanas, são as próprias palavras de Deus, é apropriado olhar para os textos bíblicos que falam a respeito do caráter das palavras de Deus e aplicá-los ao caráter das palavras da Escritura. Especificamente falando, há certo número de passagens bíblicas que falam a respeito da veracidade da fala de Deus. Tito 1.2 declara que “Deus que não mente”. Porque Deus é um Deus que não pode falar mentiras, suas palavras são sempre confiáveis. Visto que toda a Escritura é falada por Deus, toda a Escritura deve ser verdadeira, como Deus o é. Não pode haver nada que não seja verdadeiro na Escritura. Hebreus 6.18 menciona duas coisas imutáveis (o juramento e a promessa de Deus) “nas quais é impossível que Deus minta”. Aqui o autor não diz meramente que Deus não mente, mas que é impossível para ele mentir. Embora a referência imediata seja somente o juramento e as promessas, se é impossível para Deus mentir nessas declarações, então certamente é impossível para ele mentir.
2. Portanto, todas as palavras da Escritura são completamente verdadeiras e sem erro em qualquer parte.
Visto que as palavras da Bíblia são as palavras de Deus, e visto que Deus não pode mentir ou falar falsamente, é correto concluir que não há nada inverossímil nem nenhum erro em qualquer parte das palavras da Escritura. Encontramos isso afirmado em diversos lugares da Escritura. “As palavras do SENHOR são puras, são como prata purificada num forno, sete vezes refinada” (Sl 12.6).Aqui o salmista usa uma figura vivida para falar da indissolúvel pureza das palavras de Deus; não há nenhuma imperfeição nelas. Também Provérbios 30.5 diz: “Cada palavra de Deus é comprovadamente pura; ele é um escudo para quem nele se refugia”. Isso não se diz apenas de algumas das palavras da Escritura, mas de todas elas. De fato, a Palavra de Deus está firmada no céu por toda a eternidade: “A tua palavra, SFNH0R,para sempre está firmada nos céus” (Sl 119.89). Jesus pode falar da natureza eterna de suas palavras: “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mt 24.35). Esses versículos afirmam explicitamente o que estava implícito na exigência de que creiamos em todas as palavras da Escritura, a saber, que não há nada que não seja verdadeiro ou que seja falso afirmado em qualquer das declarações da Bíblia.
3. As palavras de Deus são o padrão supremo de verdade.
Em João 17, Jesus ora ao Pai: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Esse versículo é interessante porque Jesus não usa um adjetivo, alēthinos ou alēthēs (“verdadeira”), que era o esperado, para dizer que a ”tua palavra é a verdade”. Ao contrário, ele usa um substantivo, alētheia (“verdade”), para dizer que a Palavra de Deus não é simplesmente “verdadeira”, mas é a própria verdade.
A diferença é significativa, porque essa afirmação nos encoraja a pensar na Bíblia não simplesmente como “verdadeira” no sentido em que a conformamos ao padrão mais alto de verdade, mas, antes, encoraja-nos a pensar da Bíblia como ela própria o padrão final de verdade. A Bíblia é a Palavra de Deus, e a Palavra de Deus é a definição última do que é verdadeiro e do que não é verdadeiro: a Palavra de Deus, em si mesma, é a verdade. Assim, devemos pensar na Bíblia como o padrão último da verdade, o ponto de referência pelo qual qualquer outra alegação de veracidade possa ser medida.As declarações que se conformam à Escritura são “verdadeiras”, ao passo que as que não se conformam à Escritura não o são.
Então, o que é a verdade? A verdade é o que Deus diz, e temos o que Deus diz (exatamente, não exaustivamente) na Bíblia.
Essa doutrina da veracidade absoluta da Escritura permanece em contraste claro com a concepção comum na sociedade moderna que muitas vezes é chamada pluralismo.
O pluralismo é o pensamento de que cada pessoa tem uma perspectiva sobre a verdade que é tão válida como a perspectiva de outra pessoa qualquer — portanto, não devemos dizer que a religião ou o padrão ético de outra pessoa esteja errado. De acordo com o pluralismo, não podemos conhecer a verdade absoluta; podemos somente ter perspectivas e expectativas próprias. Naturalmente, se o pluralismo é verdadeiro, a Bíblia não pode ser o que ela declara ser: as palavras que o único e verdadeiro Deus, o criador e juiz de todo o mundo, nos tem falado.
O pluralismo é um aspecto do pensamento contemporâneo global do mundo chamado pós-modernismo. O pós-modernismo não sustentaria simplesmente que nunca podemos encontrar a verdade absoluta; ele diria que a verdade absoluta não existe. Todas as tentativas de afirmar a verdade em uma ou em outra idéia são justamente o resultado de nossa origem, cultura, tendências, projetos pessoais (especialmente nosso desejo de poder). Tal visão do mundo, é claro, opõe-se diretamente à visão bíblica, que vê a Bíblia como verdade que nos foi dada da parte de Deus.
A diferença é significativa, porque essa afirmação nos encoraja a pensar na Bíblia não simplesmente como “verdadeira” no sentido em que a conformamos ao padrão mais alto de verdade, mas, antes, encoraja-nos a pensar da Bíblia como ela própria o padrão final de verdade. A Bíblia é a Palavra de Deus, e a Palavra de Deus é a definição última do que é verdadeiro e do que não é verdadeiro: a Palavra de Deus, em si mesma, é a verdade. Assim, devemos pensar na Bíblia como o padrão último da verdade, o ponto de referência pelo qual qualquer outra alegação de veracidade possa ser medida.As declarações que se conformam à Escritura são “verdadeiras”, ao passo que as que não se conformam à Escritura não o são.
Então, o que é a verdade? A verdade é o que Deus diz, e temos o que Deus diz (exatamente, não exaustivamente) na Bíblia.
Essa doutrina da veracidade absoluta da Escritura permanece em contraste claro com a concepção comum na sociedade moderna que muitas vezes é chamada pluralismo.
O pluralismo é o pensamento de que cada pessoa tem uma perspectiva sobre a verdade que é tão válida como a perspectiva de outra pessoa qualquer — portanto, não devemos dizer que a religião ou o padrão ético de outra pessoa esteja errado. De acordo com o pluralismo, não podemos conhecer a verdade absoluta; podemos somente ter perspectivas e expectativas próprias. Naturalmente, se o pluralismo é verdadeiro, a Bíblia não pode ser o que ela declara ser: as palavras que o único e verdadeiro Deus, o criador e juiz de todo o mundo, nos tem falado.
O pluralismo é um aspecto do pensamento contemporâneo global do mundo chamado pós-modernismo. O pós-modernismo não sustentaria simplesmente que nunca podemos encontrar a verdade absoluta; ele diria que a verdade absoluta não existe. Todas as tentativas de afirmar a verdade em uma ou em outra idéia são justamente o resultado de nossa origem, cultura, tendências, projetos pessoais (especialmente nosso desejo de poder). Tal visão do mundo, é claro, opõe-se diretamente à visão bíblica, que vê a Bíblia como verdade que nos foi dada da parte de Deus.
4. Podem alguns fatos novos contradizer a Bíblia?
Poderá qualquer novo fato científico ou histórico que venha a ser descoberto contradizer a Bíblia? Aqui podemos dizer com confiança que isso nunca acontecerá — é algo impossível. Se qualquer “fato” suposto for descoberto que seja considerado contrário à Escritura, então (se entendemos a Escritura corretamente) tal “fato” deve ser falso, porque Deus, o autor da Escritura, conhece todos os fatos verdadeiros (passados, presentes e futuros). Nenhum acontecimento inesperado aparecerá do qual Deus não tenha tido conhecimento no passado e que não tenha levado em conta quando fez a Escritura ser escrita. Cada fato verdadeiro é algo que Deus já conhecia desde toda a eternidade e, portanto, não poderia contradizer as palavras de Deus na Escritura.
Não obstante, deve ser lembrado que o estudo científico ou histórico (assim como outras espécies de estudo da criação) pode fazer-nos reexaminar a Escritura para ver se ela realmente ensina o que pensamos que ela ensinava. Por exemplo, a Bíblia não ensina que o sol gira ao redor da terra só porque ela usa descrições dos fenômenos como os vemos de nossa perspectiva, nem pretende descrever as operações do universo de algum ponto “fixo” arbitrário em algum lugar no espaço. Todavia, até o estudo da astronomia ter avançado o suficiente para demonstrar a rotação da terra sobre o próprio eixo, as pessoas presumiam que a Bíblia ensinava que o sol girava ao redor da terra. Assim, o estudo dos dados científicos levou ao reexame dos textos bíblicos apropriados. Portanto, todas as vezes que confrontados algum “fato” que parece contradizer a Escritura, devemos não somente examinar os dados apresentados para demonstrar o fato em questão; devemos também reexaminar os textos bíblicos apropriados para ver se a Bíblia realmente ensina o que pensamos que ela ensina. Podemos fazer isso com confiança, pois nenhum fato verdadeiro jamais contrariará as palavras do Deus que conhece todos os fatos e que nunca mente.
Não obstante, deve ser lembrado que o estudo científico ou histórico (assim como outras espécies de estudo da criação) pode fazer-nos reexaminar a Escritura para ver se ela realmente ensina o que pensamos que ela ensinava. Por exemplo, a Bíblia não ensina que o sol gira ao redor da terra só porque ela usa descrições dos fenômenos como os vemos de nossa perspectiva, nem pretende descrever as operações do universo de algum ponto “fixo” arbitrário em algum lugar no espaço. Todavia, até o estudo da astronomia ter avançado o suficiente para demonstrar a rotação da terra sobre o próprio eixo, as pessoas presumiam que a Bíblia ensinava que o sol girava ao redor da terra. Assim, o estudo dos dados científicos levou ao reexame dos textos bíblicos apropriados. Portanto, todas as vezes que confrontados algum “fato” que parece contradizer a Escritura, devemos não somente examinar os dados apresentados para demonstrar o fato em questão; devemos também reexaminar os textos bíblicos apropriados para ver se a Bíblia realmente ensina o que pensamos que ela ensina. Podemos fazer isso com confiança, pois nenhum fato verdadeiro jamais contrariará as palavras do Deus que conhece todos os fatos e que nunca mente.
Autor: Wayne Grudem
Fonte: Teologia Sistemática do Autor; Ed. Vida Nova. Compre este livro http://www.vidanova.com.br .
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